O Instituto Nacional de Excelência em Saúde e Cuidados (NICE) atualizou recentemente uma diretriz tradicional no cuidado ao paciente com sobrepeso/obesidade, com recomendações baseadas em intervenções comportamentais, dietéticas, farmacológicas e cirúrgicas, bem como identificação por meio da antropometria, em crianças, adolescentes e adultos.
Segundo os autores, o julgamento clínico para decidir quando realizar medidas em pacientes com sobrepeso/obesidade é de extrema importância, pois evita constrangimentos no tratamento e no cuidado. Nesses casos, o estímulo à auto aferição pode ser uma alternativa, além de integrar o paciente no seu próprio cuidado.
Para avaliação da adiposidade central, a medida preconizada é a relação cintura-estatura. O uso do IMC deve ser interpretado com cautela, pois o mesmo não reflete informações referentes à adiposidade central (acúmulo de gordura visceral). Conforme a diretriz aborda, valores a partir de 0,6 ou mais de adiposidade central, pode indicar maiores riscos à saúde, como diabetes tipo 2, hipertensão arterial e doenças cardiovasculares.
De acordo com os especialistas, a escolha das intervenções devem considerar alguns pontos, como a preferência individual da pessoa, as circunstâncias sociais, e a experiência/resultados dos tratamentos anteriores.
Como intervenções comportamentais, a diretriz recomenda que sejam adotadas tais medidas: automonitoramento de comportamento e progresso, controle de estímulo, definição de metas, ritmo lento de comer, apoio social, resolução de problemas, prevenção de recaídas, estratégias para lidar com o reganho de peso, dentre outras.
Quanto às intervenções dietéticas, os autores orientam a manter o déficit calórico com base no consumo atual e a não utilizar de forma rotineira dietas de muito baixo valor calórico (<800kcal), pois as mesmas são mais propensas a serem nutricionalmente incompletas. Estas devem ser adotadas quando houver a necessidade de uma rápida perda de peso, como por exemplo, aqueles que irão fazer alguma cirurgia, considerando sempre a presença de possíveis transtornos alimentares, garantindo que este padrão dietético não prejudique seu bem-estar e sua saúde mental.
A diretriz ainda aborda sobre o manejo farmacológico na obesidade, trazendo informações sobre dose e continuidade do tratamento, recomendações sobre atividade física, intervenções cirúrgicas e suas principais indicações e cuidados no acompanhamento após a cirurgia.
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Referência:
National Institute for Health and Care. Obesity: identification, assessment and management. NICE, 2022.
