WDHD – Mudanças dietéticas na melhora de sintomas gastrintestinais

WDHD – Mudanças dietéticas na melhora de sintomas gastrintestinais

A Organização Mundial de Gastroenterologia publicou novas diretrizes para dieta e intestino. Focadas em situações nas quais a dieta tem um papel terapêutico ou causador claro em adultos, a diretriz abrange doença celíaca, fibras alimentares, FODMAPs (oligossacarídeos, dissacarídeos, monossacarídeos e polióis fermentáveis), intolerância a carboidratos e o papel da dieta na síndrome do intestino irritável (SII).

Os alimentos que ingerimos têm interações críticas e complexas com o trato gastrointestinal e seu conteúdo, incluindo a microbiota. A natureza dessas interações é influenciada não apenas pela composição da dieta e pela integridade do trato gastrointestinal, mas também por fatores psicossociais e culturais. O público em geral – e em particular aqueles que sofrem de doenças gastrointestinais – percebe corretamente sua dieta como um dos principais determinantes de sintomas e buscam orientação sobre os regimes alimentares ideais.

Em relação as fibras, uma lista de benefícios bem estabelecidos é apresentada, e seu papel é discutido em diversas condições gastrointestinais. Particularmente na constipação, o aumento do consumo de fibras é considerado a primeira linha de tratamento, e o alvo de consumo deve ser de 20 a 30g por dia. A frequência das evacuações pode ser melhorada pela fibra solúvel, que atua sobre o aumento do volume e peso das fezes.

A dieta pobre em FODMAPs é indicada principalmente para pacientes com SII, mas há evidências positivas para seu uso em colite ulcerativa e doença de Crohn, e investigações têm sido conduzidas para seu uso em endometriose, dispepsia funcional, fibromialgia e outras condições. Essa dieta reduz o consumo de 5 principais subgrupos de carboidratos (frutose, lactose, polióis de açúcar, frutanos e glicooligosacarídeos), ajuda no controle de sintomas e, posteriormente, na identificação de gatilhos alimentares específicos.

Outras abordagens para SII também são consideradas e incluem a dieta sem glúten. Apesar de não ser a fonte de sintomas, algum tipo de sensibilidade ao glúten é relatada com frequência por pacientes com SII.

Intolerâncias a carboidratos também são discutidas, e incluem condições como intolerância à lactose e frutose. Na intolerância à lactose, a modificação dietética inclui redução de grandes quantidades de lactose. Considera-se que a maioria dos indivíduos com intolerância à lactose pode tolerar 12 a 15 g de lactose sem que sintomas gastrointestinais sejam desencadeados e, quando necessário, o uso de enzimas para auxílio digestivo pode ser instituído. Confira o documento original dessa diretriz, clicando aqui.

Pós-graduação de Nutrição Clínica

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