Qualidade de vida de pacientes com Diabetes Mellitus tipo 2 durante a pandemia do coronavírus

Qualidade de vida de pacientes com Diabetes Mellitus tipo 2 durante a pandemia do coronavírus

A pandemia do coronavírus 2019 (COVID-19) se tornou um sério problema de saúde pública e, ao considerar o impacto negativo em pessoas com doenças crônicas, torna-se importante promover ações educativas para garantir a saúde e a qualidade de vida. O diabetes mellitus (DM2) é um importante fator de risco para manifestação da doença em sua forma grave e isso implica em maiores taxas de mortalidade.

Compreender esses riscos torna-se a melhor forma de mitigá-los a curto e longo prazo, além de facilitar a tomada de decisão informada durante e após a pandemia. O COVID-19 produziu mudanças comportamentais, psicossociais e ambientais que, por meio de uma variedade de mecanismos, levaram a um rápido ganho de peso entre certas populações no mundo. Houve aumento nas compras de alimentos e no consumo de álcool, além de outras mudanças que contribuem para alterações de parâmetros metabólicos e do hábito alimentar.

Um estudo recente examinou o impacto de um modelo de educação de saúde na qualidade de vida de pacientes com diabetes tipo 2 no contexto de COVID-19. O índice de qualidade de vida foi avaliado por um questionário padronizado de Ferrans e Powers, aplicado em três fases. O estudo durou 10 meses e incluiu um programa educativo de 4 meses, no qual também foram quantificados diversos parâmetros de saúde, que incluíram glicose, hemoglobina glicada, índice de massa corporal (IMC) e pressão arterial.

Pacientes menores de 18 anos e/ou maiores de 75 anos, que apresentavam doenças cognitivas e/ou mentais, analfabetismo e expectativa de vida inferior a 2 anos foram excluídos. Um total de 205 pacientes participaram das duas primeiras fases e na terceira fase participaram dois terços dos pacientes (n=136, 66%).

Os valores de hemoglobina glicada foram significativamente maiores antes do acompanhamento educacional em comparação com o pós e na época da COVID-19 (teste de Friedman, p = 0,002). O IMC foi significativamente menor após a educação, em relação aos valores anteriores ao programa (teste de Friedman, p = 0,008). A qualidade de vida foi significativamente inferior em todos os domínios no período da COVID-19 (teste de Friedman, p <0,001).

Os autores concluíram que a residência rural e pacientes do sexo masculino podem ser considerados possíveis preditores significativos de pior qualidade de vida. A presença de DM2 com diagnóstico de até 5 anos foi dado como preditor significativo de pior avaliação no domínio psicológico/espiritual, e a união por casamento foi preditor de melhor avaliação da qualidade de vida no domínio familiar. Os acompanhamentos educacionais melhoraram a saúde e a qualidade de vida, e a pandemia do coronavírus impactou negativamente os mesmos parâmetros. Nesse sentido, consideramos necessário educar sistematicamente os diabéticos sobre a comorbidade da COVID-19.

Referência

Zvjezdana Gvozdanović,Nikolina Farčić,Hrvoje Šimić,Vikica Buljanović, Lea Gvozdanović, Sven Katalinić, Stana Pačarić,Domagoj Gvozdanović, Željka Dujmić,Blaženka Miškć,Ivana Barać,Nada Prlić. The Impact of Education, COVID-19 and Risk Factors on the Quality of Life in Patients with Type 2 Diabetes.Int J Environ Res Public Health. 2021 Mar; 18(5): 2332.

Pós-graduação de Nutrição Clínica

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