Mitos e verdades que não te contaram sobre Nutrição em Unidade de Terapia Intensiva

Mitos e verdades que não te contaram sobre Nutrição em Unidade de Terapia Intensiva

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Fonnte: Canva.com

A Nutrição em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) tem um papel fundamental na recuperação de pacientes críticos. 

O cuidado nutricional sistematizado em (UTI) visa garantir desfechos favoráveis para os pacientes. Ao compreender a singularidade desses cuidados, algumas metas podem ser atingidas, como: menor mortalidade, redução do tempo de ventilação mecânica e do período de internação.

Quando se fala em “nutricionista de UTI”, é quase impossível não associar a um trabalho exaustivo e pesado. Alguns mitos ainda tendem a obscurecer a compreensão adequada desse ramo e afastar bons “futuros” profissionais. 

Nesse contexto, trouxemos alguns desses mitos e verdades sobre a Nutrição em UTI, fornecendo insights valiosos para profissionais que já atuam e para os que desejam ingressar nesse ramo, desmistificando algumas crenças e claro, reforçando a importância do cuidado nutricional para pacientes críticos.

A triagem de risco nutricional já é suficiente.

Mito! A triagem é uma fase crucial e deve ser abordada considerando a peculiaridade do paciente crítico. É essencial entender que o paciente crítico possui um risco intrínseco de desnutrição relacionado ao estresse que o levou à terapia intensiva, sendo necessário, além da triagem, uma avaliação nutricional considerando:

  • A resposta orgânica a esse estresse
  • As limitações da triagem (que não é um diagnóstico definitivo)

Desta forma, a abordagem nutricional deve começar com uma compreensão aprofundada dessa complexidade.

O monitoramento nutricional do paciente crítico envolve apenas contagem de calorias e proteínas.

Mito! O monitoramento nutricional diário é um pilar essencial no cuidado do paciente crítico, no entanto, sua abrangência vai muito além do óbvio. Contrariamente ao mito comum, a Nutrição em UTI não se resume apenas à contagem de calorias e proteínas, mas também envolve uma avaliação hemodinâmica criteriosa, visando fornecer a quantidade certa de nutrientes essenciais para atender às demandas metabólicas aumentadas em pacientes críticos.

Trata-se de uma área que se preocupa em fornecer uma gama equilibrada de macronutrientes e micronutrientes (desde proteínas para a reparação tecidual, até vitaminas e minerais para suportar as funções vitais).

Devem ser monitorados diariamente:

  • Balanço calórico e proteico
  • Sinais e sintomas de intolerância alimentar
  • Exame físico

Esses indicadores revelam nuances importantes para a tomada de decisões nutricionais, e a otimização da ingestão calórica é essencial para garantir a energia necessária à recuperação.

A avaliação nutricional tradicional não é aplicável na UTI.

Verdade! As ferramentas tradicionalmente empregadas na avaliação nutricional de pacientes em unidades de internação possuem aplicabilidade limitada quando transportadas para Unidades de Terapia Intensiva. A singularidade do paciente crítico exige uma abordagem adaptada, indo além das métricas convencionais.

A avaliação nutricional, nesse contexto, deve ser dinâmica, acompanhando cada fase da doença crítica.

O objetivo da terapia nutricional no paciente crítico não é estático.

Verdade! Muito pelo contrário, deve ser dinâmico e evoluir de acordo com a fase da doença crítica. A abordagem nutricional deve ser flexível, ajustando-se às necessidades específicas do paciente em diferentes estágios de sua recuperação. 

A adaptabilidade é fundamental para:

  • Otimizar a eficácia da terapia nutricional
  • Promover uma resposta positiva diante das demandas do organismo em situações críticas 

Cada indivíduo enfrenta desafios únicos, exigindo uma abordagem personalizada. A avaliação contínua e adaptação do plano nutricional são essenciais para garantir que as demandas específicas sejam atendidas.

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Pacientes críticos não devem fazer uso de suplementos alimentares.

Mito! Muitas vezes, a ideia de suplementos alimentares é envolta em mitos, levando a concepções equivocadas sobre sua eficácia na Nutrição em UTI. Contrariamente à crença popular, os suplementos atuam na entrega rápida de nutrientes essenciais, especialmente quando a alimentação oral está comprometida. A seleção cuidadosa de suplementos pode ser uma ferramenta valiosa para atender às necessidades nutricionais específicas de cada indivíduo.

Equipe multidisciplinar é fundamental no tratamento do paciente crítico.

Verdade! Muitos mitos negligenciam a importância do trabalho em equipe. A verdadeira eficácia desse campo é ampliada quando profissionais de saúde (nutricionistas, médicos e enfermeiros), colaboram de maneira coordenada. A comunicação efetiva entre esses profissionais garante a entrega adequada e oportuna de suporte nutricional.

 

Em resumo, a nutrição intensiva vai além das práticas convencionais. O paciente crítico demanda uma abordagem especializada e adaptada, desde a triagem até o monitoramento diário. A flexibilidade na definição de objetivos terapêuticos nutricionais é a chave para alcançar melhores resultados. 

Atuar na Nutrição em UTI requer um entendimento profundo das peculiaridades desse ambiente. Ao compreender os mitos e verdades que envolvem a nutrição intensiva, é possível aprimorar significativamente o cuidado nutricional e, consequentemente, garantir desfechos mais favoráveis e uma recuperação bem-sucedida aos pacientes.

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