MASCC – Recomendações para o manejo de obstrução intestinal maligna em câncer

MASCC – Recomendações para o manejo de obstrução intestinal maligna em câncer

A Associação Multinacional para Cuidados de Suporte em Câncer (MASCC) publicou novas diretrizes para fornecer recomendações para o manejo da obstrução intestinal maligna em pacientes com câncer avançado.

Na obstrução intestinal maligna, a ingestão alimentar oral é significativamente prejudicada e questões importantes sobre hidratação e nutrição devem ser cuidadosamente consideradas e discutidas.

Na ocasião do diagnóstico, a nutrição oral deve ser suspensa e procedimentos descompressivos podem ser utilizados para controlar sintomas como náuseas e vômitos. Quando houver resolução parcial ou total da obstrução, recomenda-se a reintrodução lenta e gradual da dieta oral. A dieta pode progredir em consistência na seguinte ordem: líquidos claros, líquidos livres ou completos, dieta pobre em fibras com textura cremosa e dieta pobre em fibras (<10g/dia) com textura normal, se tolerado. Considera-se que uma dieta pobre em fibras seja benéfica devido a redução no volume fecal, o que pode levar à redução da dor, cólicas abdominais, gases ou sensação de plenitude, particularmente naquelas pessoas com obstrução subaguda em andamento.

Contudo, a diretriz considera que o gerenciamento das necessidades nutricionais de pacientes com câncer avançado e obstrução intestinal maligna é controverso e eticamente desafiador, pois não há consenso devido escassez de evidências publicadas.  Assim, as intervenções nutricionais devem ser consideradas no contexto do prognóstico e para priorizar os desejos do paciente. A consciência do significado sociocultural da alimentação e nutrição para muitas pessoas é uma consideração importante e pode contribuir para o aumento da qualidade de vida.

Em pacientes com câncer avançado, intervenções nutricionais devem ser iniciadas apenas quando os benefícios na qualidade de vida e sobrevida superarem os riscos. As expectativas devem ser claras e discutidas por uma equipe multidisciplinar com pacientes e familiares. A educação nutricional para auxiliar o paciente e a família a modificar sua dieta de acordo com os sintomas é recomendada para aumentar a autonomia e o autogerenciamento.

A hidratação parenteral não previne ou melhora sintomas como sede ou boca seca, nem aumenta a sobrevida. Em quantidades excessivas, pode acarretar sobrecarga hídrica, edema periférico e pulmonar. Por isso, a hidratação parenteral não deve ser iniciada rotineiramente nos últimos dias de vida.

Para mais informações sobre essa diretriz, clique aqui.

Pós-graduação de Nutrição Clínica

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