A capsaicina, o principal constituinte ativo da pimenta, é um agonista do receptor de potencial transiente vanilóide 1 (TRPV1).
Estudo de revisão publicado nesse mês na revista Nutrients, mostrou que o TRPV1 está presente em muitos tecidos metabolicamente ativos. Assim, ele torna-se um alvo importante para intervenções metabólicas.
A princípio, sabe-se que resistência à insulina e obesidade são os principais componentes da síndrome metabólica (SM). Além disso, aumentam o risco para desenvolvimento de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e doença hepática gordurosa não alcoólica.
Nesse sentido, estudos in vitro e pré-clínicos estabeleceram a eficácia da baixa dose de capsaicina na dieta para atenuação de distúrbios metabólicos.
Estas respostas da capsaicina são mediadas através da ativação do TRPV1, que pode modular beneficamente processos como:
- Escurecimento das células que armazenam gordura (adipócitos);
- Ativação de moduladores metabólicos incluindo proteína quinase ativada por AMP (AMPK), receptor ativado por proliferador de peroxissoma α (PPARα), proteína desacopladora 1 (UCP1) e peptídeo 1 semelhante ao glucagon (GLP-1);
Em suma, a modulação dessas vias pela capsaicina pode aumentar a oxidação da gordura, melhorar sensibilidade à insulina, diminuir gordura corporal e melhorar função cardíaca e hepática.
Segundo os autores dessa revisão, a identificação de formas adequadas de administrar capsaicina a uma dose eficaz justificaria o seu uso clínico através da ativação do TRPV1.
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Referência
Panchal SK, Bliss E, Brown L. Capsaicin in Metabolic Syndrome. Nutrients. 2018; 17:10(5).