A Associação Francesa para o Estudo do Fígado e a Sociedade Francesa de Álcool publicaram diretrizes para manejo de doença hepática relacionada ao consumo de álcool.
Dentre seus objetivos, destaca-se a supervisão da retirada de álcool e o apoio aos pacientes no processo de cessação permanente do consumo. Sobre a relação entre a quantidade de álcool consumida e o risco de cirrose, considera-se que os limites para consumo de alto risco são difíceis de serem definidos com precisão, pois não são consensuais e aparentemente a referência de um copo padrão por dia pode variar entre países. Contudo, o limiar mediano de duas bebidas padrão correspondentes a 20 g por dia parece estar associado ao risco de cirrose.
Para redução do uso de álcool entre adultos que bebem excessivamente, intervenções breves em medicina de atenção primária são tão eficazes quanto tratamentos mais intensivos. Em particular, essas intervenções breves estão associadas a uma redução na frequência de episódios de consumo excessivo de álcool (>60 g de álcool puro em uma única ocasião) e o número de dias bebendo por semana.
A obesidade e a síndrome metabólica aceleram a progressão da doença hepática relacionada ao álcool. Por isso, os especialistas recomendam considerar o manejo específico do sobrepeso e da obesidade e, nesses casos, a perda de peso deve ser considerada. Para tal, orienta-se a mudança duradoura nos hábitos de vida, combinados com a redução ou interrupção do consumo de álcool. O ganho de peso após a abstinência de álcool ou outras substâncias viciantes é bem documentado, provavelmente pela transferência de dependência. Contudo, a propensão ao vício comportamental, que pode envolver múltiplas substâncias, comportamentos ou mesmo produtos doces, talvez seja uma explicação mais adequada. Desta maneira, a implementação de melhorias na qualidade da dieta é particularmente importante.
A deficiência de tiamina (vitamina B1) é comum em dependentes de álcool e 30%–80% apresentam sinais clínicos ou biológicos de deficiência. O consumo excessivo de álcool associado à desnutrição agrava a absorção limitada de tiamina e, apesar do nível de evidência para a prescrição profilática de tiamina ser baixo, a relação risco-benefício é considerada favorável. Por isso, a prescrição de tiamina é recomendada como parte do processo de retirada, a fim de evitar o aparecimento de encefalopatia de Wernicke.
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