Força-tarefa Taiwan – Terapia Nutricional para Lesão Renal Aguda

Força-tarefa Taiwan – Terapia Nutricional para Lesão Renal Aguda

Para fins de manejo clínico da Lesão Renal Aguda (LRA), um grupo de especialistas produziu uma diretriz com o objetivo de esclarecer questões relacionadas aos efeitos do estado nutricional, recomendações de ingestão de energia e proteína, e tempo de suplementação de nutrição enteral e parenteral nestes pacientes.

Segundo a literatura, cerca de metade dos pacientes em unidades de terapia intensiva (UTIs) apresentam LRA, e quase 17% desses pacientes são tratados com terapia renal substitutiva (TRS). A desnutrição é altamente prevalente entre pacientes com LRA e é um importante preditor independente de mortalidade intra-hospitalar.

O estado nutricional pode ter um impacto na sobrevida de indivíduos com LRA, e por isso, recomenda-se que a albumina sérica, a ingestão de proteínas e o balanço nitrogenado sejam utilizados ​​como preditores de mortalidade, com níveis/ingestão mais elevados associados a menores riscos.

Os autores sugerem que seja traçado como meta calórica um aporte de 20–30 kcal/kg/dia para todos os estágios da LRA, com base em estudos de calorimetria indireta, que avaliaram o gasto energético de pacientes com LRA. Segundo os estudos, uma maior ingestão de energia não induziu a um balanço nitrogenado mais positivo, mas foi associada a maiores incidências de hiperglicemia, hipertrigliceridemia, sobrecarga hídrica e aumento do uso de insulina na LRA.

A recomendação proteica é determinada pela doença subjacente que causa a LRA, a extensão do catabolismo e o tipo de tratamento. Dessa forma, os especialistas recomendam uma ingestão dietética de proteína de 0,8–1,0 g/kg/dia para pacientes com LRA não catabólica e 1,2–2,0 g/kg/dia de proteína, em pacientes gravemente enfermos.

Em pacientes críticos, cursando com LRA, a diretriz reforça que não há indicação para atingir meta plena na fase aguda da doença. Após a fase aguda, (72 horas), a energia pode ser aumentada gradualmente para atingir 80-100% da meta nutricional.

Quando não houver a possibilidade de nutrição via oral, os especialistas recomendam que seja iniciada uma nutrição enteral precoce, ao invés da nutrição parenteral. Os estudos mostram que a nutrição enteral precoce (em até 48h), teve um grande impacto na redução da mortalidade, em comparação com os pacientes que receberam a nutrição enteral tardia, mostrando a importância e relevância da indicação.

Clique aqui para ler o guideline completo.

Referência

HUNG, Kai-Yin et al. Nutrition support for acute kidney injury 2020-consensus of the Taiwan AKI task forceJournal of the Chinese Medical Association, v. 85, n. 2, p. 252-258, 2022.

Pós-graduação de Nutrição Clínica

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