Níveis séricos de vitamina D e câncer de mama triplo negativo

Níveis séricos de vitamina D e câncer de mama triplo negativo

Entre os tipos de câncer de mama, o triplo negativo é o que apresenta pior prognóstico, maior propensão a ser mais agressivo e sem uma terapia alvo bem definida. Sua incidência é maior em mulheres mais jovens, de origem africana, de descendência hispânica e com variante genética para o gene BRCA1.

Sendo assim, identificar os fatores de risco modificáveis para esse tipo de câncer de mama é um passo importante para reduzir sua prevalência. Nesse sentido, sabe-se que dentre as funções da vitamina D estão a modulação da proliferação celular, angiogênese, diferenciação celular e apoptose.

A partir dessas propriedades antineoplásicas da vitamina D e estudos controversos na literatura, pesquisadores de Ohio realizaram uma revisão sistemática respondendo a seguinte pergunta: “Existe uma relação entre níveis mais baixos de vitamina D (no soro e plasma) com aumento do risco de câncer de mama triplo negativo?”.  Confira os detalhes à seguir.

 

Vitamina D e câncer de mama: existe relação?

Para a revisão, utilizou-se as bases de dados Embase e Pubmed, a fim de encontrar artigos originais. Os pesquisadores excluíram ensaios clínicos que não forneceram estimativas de risco estratificadas pelo status do receptor. Por fim, quatorze estudos foram incluídos nesta revisão sistemática, contabilizando 13.135 casos.

Como resultados, pesquisadores encontraram associação significativa entre baixos níveis de vitamina D e câncer de mama diagnosticado, sendo 37% para todos os tipos de cânceres de mama e 88% para o tipo triplo negativo.

Entretanto, como limitações dessa revisão, os autores relataram:

  • Impossibilidade de agrupar os resultados somente de acordo com o tipo de câncer triplo negativo;
  • Variações nos pontos de corte para determinar os níveis de vitamina D;
  • Impossibilidade de determinar as associações temporais entre a duração da deficiência de vitamina D e o risco de câncer de mama;
  • Baixa representatividade (predominantemente mulheres caucasianas);
  • Ausência de padronização nos exames para determinar os níveis (soro ou plasma) de vitamina D.

Conclusão

Em suma, os achados dessa revisão apoiam a hipótese de que níveis mais baixos de vitamina D aumentam o risco de câncer de mama triplo negativo, embora mais pesquisas sejam necessárias para determinar se essa associação é causativa.

Finalmente, os autores sugerem que mulheres devem ser rotineiramente rastreadas para deficiência de vitamina D, principalmente as que pertencem a populações vulneráveis.

Clique aqui para ler a revisão completa.

 

 

Referência:

Tommie JL, Pinney & Laurie ASM, Nommsen-Rivers. Serum Vitamin D Status and Breast Cancer Risk by Receptor Status: A Systematic Review. Nutrition and Cancer. 2018; 21:1-17.

Pós-graduação de Nutrição Clínica

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