EASL – Diretrizes de prática clínica para manejo da Encefalopatia Hepática

EASL – Diretrizes de prática clínica para manejo da Encefalopatia Hepática

A Associação Europeia para o Estudo do Fígado (EASL) lançou uma nova diretriz com o objetivo de fornecer evidências clínicas sobre o diagnóstico e tratamento da encefalopatia hepática (EH).

Por meios de definição, a EH não considera a causa subjacente da insuficiência hepática. Aqueles pacientes que possuem etiologias ligadas ao consumo de álcool, hepatite viral e doença hepática gordurosa associada à disfunção metabólica, podem apresentar algum grau de comprometimento da função cerebral, por mecanismos distintos à insuficiência hepática.

Segundo os estudos presentes na literatura, as concentrações teciduais de zinco mostraram-se reduzidas em pacientes com cirrose e o zinco foi implicado na patogênese da EH. No entanto, os dados sobre os efeitos da suplementação de zinco no desempenho mental são conflitantes e a suplementação, via de regra, não pode ser recomendada como parte do manejo da EH.

As deficiências de micronutrientes são comuns em pacientes portadores de cirrose hepática alcoólica ou não alcoólica. Conforme os autores abordam na diretriz, há evidências post-mortem frequentemente observadas de encefalopatia de Wernicke, mesmo na ausência de história/sinais clínicos durante a vida. Dessa forma, se houver suspeita de encefalopatia de Wernicke, a suplementação de tiamina parenteral em altas doses é obrigatória.

Outros micronutrientes podem estar reduzidos nesses pacientes também, como por exemplo, piridoxina, folato e cobalamina, devido ao armazenamento hepático reduzido. Em pacientes com doença hepática descompensada, a suplementação multivitamínica pode ser recomendada.

Em pacientes que cursam com EH, paira a discussão referente ao consumo de proteína animal x proteína vegetal. De acordo com os especialistas dessa diretriz, embora a justificativa para a substituição de proteína animal por proteína vegetal e láctea em pacientes com EH seja convincente, a base de evidências para apoiá-la é escassa e controversa.

Segundo eles, o uso não monitorado de dietas vegetarianas e lácteas pode levar à diminuição da ingestão total de proteínas e calorias e deve-se, portanto, ser indicado aos pacientes nos quais o tratamento padrão falhou e que parecem realmente intolerantes à proteína animal ou nos casos que sejam realizados por centros especializados sob monitoramento dietético muito rigoroso para evitar indução de perda de peso e sarcopenia.

Confira o guideline original clicando aqui.

Referência:

European Association for the Study of the Liver – EASL. Clinical Practice Guidelines on the management of hepatic encephalopathy. Journal of Hepatology, v. 77, n. 3, p. 807-824, 2022.

Pós-graduação de Nutrição Clínica

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