ESPEN – Diretriz sobre cuidados com a obesidade em pacientes com doenças gastrointestinais e hepáticas

ESPEN – Diretriz sobre cuidados com a obesidade em pacientes com doenças gastrointestinais e hepáticas

A Sociedade Europeia de Nutrição enteral e parenteral publicou uma nova diretriz com o objetivo de aconselhar os profissionais da equipe multiprofissional sobre como lidar com pacientes portadores de doenças gastrointestinais e obesidade, pois ainda não há um consenso na literatura, para determinar se esses pacientes necessitam de um diagnóstico e/ou tratamento específico diferente dos indivíduos que possuem doenças gastrointestinais e hepáticas, mas são eutróficos.

A diretriz aborda os temas por capítulos, contemplando o cuidado da obesidade nas seguintes doenças: doença inflamatória intestinal (DII), síndrome do intestino irritável (SII), doença celíaca (DC), doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), pancreatite e doença hepática crônica (DHC).

De acordo com a literatura descrita na diretriz, a prevalência da DII e SII estão comumente associadas a indivíduos portadores de obesidade. Estudos recentes mostram que a obesidade é um fator de risco para o desenvolvimento da doença de Crohn e a SII está presente três vezes mais em indivíduos obesos do que em eutróficos.

A triagem do estado nutricional pode ser realizada em pacientes com sobrepeso ou obesidade e doenças gastrointestinais, utilizando escores validados para desnutrição e sarcopenia e englobando medidas antropométricas básicas (peso corporal, altura corporal, IMC, circunferência da cintura).

Em pacientes com DII, SII, DRGE e obesidade, a perda de peso deve ser estimulada, em fases de remissão da doença, podendo seguir uma abordagem gradual semelhante aos pacientes sem essas comorbidades, começando com uma dieta e intervenção no estilo de vida, mas também incluindo medicamentos anti-obesidade ou cirurgia bariátrica, se necessário.

Para rastreio de doenças hepáticas, os autores revelam que a ultrassonografia hepática e a determinação de transaminases no soro não devem ser usadas para descartar Doença Hepática Gordurosa não-alcoólica (DHGNA)  em pacientes com obesidade grau II/III, devido a perda da acurácia, pelo elevado índice de massa corporal (IMC).

A diretriz ainda aborda medidas farmacológicas para perda de peso, recomendações de macronutrientes nas diferentes doenças e abordagem nutricional no paciente bariátrico com doenças gastrointestinais.

Confira o guideline original, clicando aqui.

Pós-graduação de Nutrição Clínica

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