Diretriz sobre triagem e tratamento de hiperglicemia, HAS e dislipidemia no paciente com doença renal diabética.

Diretriz sobre triagem e tratamento de hiperglicemia, HAS e dislipidemia no paciente com doença renal diabética.

Segundo a nova diretriz da SBD, a doença renal diabética (DRD) é a principal causa de entrada na terapia de reposição renal e está associada ao aumento da morbidade e mortalidade.

Por definição, a DRD compreende uma evolução sequencial de estágios onde o início seria caracterizado por hiperfiltração glomerular e hipertrofia renal, seguido por um aumento progressivo na excreção de albumina urinária (EAU) entre 30 mg/dia e 300 mg/dia. Nas fases mais avançadas, tem-se uma perda progressiva da taxa de filtragem glomerular (TFG), culminando em doença renal em estágio terminal (DRET). No entanto, nos últimos anos, reconheceu-se que essa evolução nem sempre acontece, pois há pacientes que perdem a filtragem glomerular sem desenvolver albuminúria, fato associado a múltiplos fatores como hipertensão, dislipidemia, obesidade e idade.

O tratamento da DRD visa prevenir a progressão para doença renal em estágio terminal, intervir em eventos cardiovasculares e prevenir a morte. Para isso, devem ser abordados fatores de risco para a progressão, como hiperglicemia, hipertensão, albuminúria, dislipidemia, tabagismo, obesidade, dieta inadequada e sedentarismo.

Diversos estudos mostram que na presença de obesidade grave (IMC>40kg/m²), o risco desses pacientes evoluírem para DRET pode ser aumentado em até 7 vezes e a promoção da perda de peso por meios cirúrgicos e não cirúrgicos pode diminuir o risco nessa população.

Segundo os autores, os pacientes com doença renal crônica em estágio avançado, não dependentes da diálise, devem ter uma ingestão proteica dietética de 0,8g proteína/kg de peso ideal/dia. A ingestão de proteínas acima de 20% das calorias diárias ou acima de 1,3 g/kg peso/dia ideal está associada ao aumento da albuminúria, perda mais rápida da função renal e mortalidade por doenças cardiovasculares.

Quanto à ingestão de sódio, a diretriz recomenda o consumo em torno de 1,5 g/dia, ou de sal, até 3,75 g/dia quando houver hipertensão arterial. A restrição do sal deve ser incluída em um padrão de dieta DASH, ou seja, alto consumo de frutas, legumes e produtos lácteos com baixo teor de gordura, porém, não deve ser utilizada em pacientes dialíticos.

A diretriz ainda aborda questões sobre o tratamento clínico e farmacológico dos pacientes com DRB.

Confira o guideline original, clicando aqui.

Pós-graduação de Nutrição Clínica

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