Especialistas da Europa Central e Oriental elaboraram um consenso de prevenção, diagnóstico e tratamento da deficiência da vitamina D em adultos.
A deficiência de vitamina D tem alta prevalência mundial, mas as ações para melhorar esse problema de saúde pública são desafiadas pela heterogeneidade das diretrizes nutricionais e clínicas de vitamina D, especialmente no que diz respeito ao diagnóstico e tratamento dessa deficiência.
A triagem para deficiência de vitamina D não é indicada para todos os pacientes, e deve ser realizada apenas em grupos de risco, por meio do o teste de 25 hidroxivitamina D (25(OH)D). Dentre as principais condições que necessitam de triagem, destacam-se: osteoporose, osteomalácia, dor musculoesquelética, doença renal crônica, insuficiência hepática, hiperparatireoidismo, tratamento crônico com medicamentos que influenciam o metabolismo da vitamina D (anticonvulsivantes, glicocorticoides, medicamentos para AIDS, agentes antifúngicos, colestiramina), doenças autoimunes crônicas (esclerose múltipla, artrite reumatóide), gestantes e lactantes, pacientes institucionalizados ou hospitalizados, idosos (>65 anos) em geral ou com histórico de quedas ou fraturas não traumáticas, distúrbios formadores de granulomas (sarcoidose, tuberculose, histoplasmose, beriliose, coccidiomicose), obesidade (IMC ≥ 30kg/m2), pigmentação da pele escura e síndromes de má absorção como fibrose cística, doenças inflamatórias intestinais, cirurgia bariátrica, enterite por radiação.
Segundo o consenso, considera-se deficiência de vitamina D quando a concentração de 25(OH)D for <20 ng/mL. A concentração de 25(OH)D de ≥20 ng/mL e <30 ng/mL é considerada insuficiência e a concentração de 25(OH)D de 30-50 ng/mL é considerado suficiência. A concentração de 25(OH)D >50–60 ng/mL é considerada segura, mas não deve ser adotada como um nível alvo. A concentração de 25(OH)D >60–100 ng/mL é considerada uma área de incerteza com benefícios ou riscos potenciais, enquanto a concentração de 25(OH)D >100 ng/mL é considerada excesso de oferta/toxicidade de vitamina D.
Em pacientes com diagnóstico de deficiência de vitamina D associado a suspeita de problemas de saúde, devem ser avaliados cálcio sérico, fosfato, fosfatase alcalina, hormônio da paratireóide (PTH), creatinina e magnésio, especialmente indivíduos com uma concentração de 25(OH)D <10 ng/mL.
A dose de suplementação de vitamina D recomendada é de 800 a 2.000 unidades internacionais (UI) por dia para adultos que desejam garantir um status suficiente de vitamina D. Essas doses também são recomendadas para o tratamento da deficiência, mas doses mais altas como 6.000 UI/dia podem ser usadas nas primeiras 4 a 12 semanas de tratamento se uma correção rápida da deficiência de vitamina D for clinicamente indicada.
O sucesso do tratamento pode ser avaliado após pelo menos 6 a 12 semanas e, em grupos de risco, o objetivo deve ser atingir concentrações de 30 a 50 ng/mL (75 a 125 nmol/L).
Para ver o consenso completo, clique aqui.