A Sociedade Americana de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (ASMBS) e a Federação Internacional para Cirurgia de Obesidade e Distúrbios Metabólicos (IFSO) lançaram recentemente o novo guideline modificando os critérios de indicação para esse procedimento cirúrgico. A partir da evolução das técnicas cirúrgicas, dos resultados de eficácia e segurança dos procedimentos e dos efeitos na perda de peso e remissão de doenças, há um novo critério para indicar a cirurgia bariátrica e metabólica (CBM).
Anteriormente, um limiar com base no índice de massa corporal (IMC) era adotado mundialmente como forma de indicação à cirurgia, sendo IMC ≥40 kg/m² ou IMC ≥35 kg/m² com comorbidades.
Agora, conforme essa nova diretriz, os especialistas recomendam que a CBM deve ser considerada uma opção de tratamento para pacientes com obesidade grau I (IMC 30-34,9kg/m²) que não alcançam perda de peso substancial ou durável ou melhora de comorbidades com métodos não cirúrgicos, considerando ser uma doença bem definida que causa ou exacerba múltiplas comorbidades médicas e psicológicas, diminui a longevidade e prejudica a qualidade de vida.
Segundo os autores, mediante a de dados científicos de alta qualidade sobre segurança, eficácia e custo-benefício da CBM na melhora da sobrevida e qualidade de vida em pacientes com IMC ≥35 kg/m² , a CBM deve ser fortemente recomendada nesses pacientes, independentemente da presença ou ausência de comorbidades evidentes relacionadas à obesidade, tendo em vista que as opções atuais de tratamento não cirúrgico para pacientes com IMC ≥35 kg/m² são ineficazes em alcançar uma redução de peso substancial e sustentada necessária para melhorar significativamente sua saúde geral.
Outras considerações foram realizadas nesse guideline, com base nos critérios de indicação da CBM nos extremos de idade. Não há limite superior de idade do paciente para CBM. Os indivíduos mais velhos que podem se beneficiar da CBM devem ser considerados para cirurgia após avaliação cuidadosa de comorbidades e fragilidade. Quanto às crianças e adolescentes com IMC > 120% do percentil 95 e comorbidades, ou IMC > 140% do percentil 95, devem ser considerados para CBM após avaliação por equipe multidisciplinar em centro especializado.
A diretriz ainda aborda os critérios para indicar a CBM em pacientes de alto risco, como IMC > 60kg/m², portadores de cirrose hepática, insuficiência cardíaca, dentre outros.
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