A Associação Americana de Diabetes (ADA) publicou diretrizes de manejo de peso para controle do diabetes tipo 2 (DM2). As recomendações fazem parte de uma série de diretrizes de prática clínica que visam informar sobre os componentes do tratamento do DM2.
Há evidências fortes e consistentes de que o controle da obesidade pode retardar a progressão do pré-diabetes para o DM2 e é altamente benéfico no tratamento de pacientes com a doença já estabelecida. Quando combinado ao sobrepeso ou obesidade, o DM2 apresenta piora clínica, e a perda de peso modesta melhora o controle glicêmico e reduz a necessidade de medicamentos hipoglicemiantes. Assim, a restrição energética dietética mais intensa pode reduzir substancialmente a hemoglobina glicada e a glicemia de jejum, além de promover a remissão sustentada do diabetes por pelo menos 2 anos.
Fatores sistêmicos, estruturais e socioeconômicos devem ser avaliados, pois podem afetar os padrões e escolhas alimentares, especialmente insegurança alimentar e fome, acesso a opções alimentares saudáveis, circunstâncias culturais e determinantes sociais da saúde.
O uso de linguagem centrada na pessoa e sem julgamentos é indicada para promover a colaboração entre pacientes e profissionais de saúde. Recomenda-se um estilo de comunicação que avalie as possíveis barreiras ao atendimento, uso de linguagem inclusiva e que se tenha escuta ativa. Nesse sentido, ao invés de falar “pessoa obesa”, falar “pessoa com obesidade”. Isso pode otimizar os resultados de saúde e a qualidade de vida.
A avaliação de altura, peso e IMC deve ser realizada anualmente ou, se possível, de forma mais frequente, principalmente quando houver presença de insuficiência cardíaca, ganho ou perda de peso significativa e inexplicável. Se a deterioração do estado clínico estiver associada a ganho ou perda de peso significativo, a avaliação do paciente deve ser especialmente focada nas associações entre uso de medicamentos, ingestão de alimentos e estado glicêmico.
Para a maioria das pessoas com DM2 associado a sobrepeso ou obesidade, dieta, atividade física e terapia comportamental são indicados para alcançar e manter ≥ 5% de perda de peso. A perda de peso adicional geralmente resulta em melhorias mais amplas no controle do DM2 e do risco cardiovascular.
A frequência de aconselhamento deve ser alta (16 ≥ sessões em 6 meses) e o foco deve ser em mudanças na dieta, atividade física regular (200-300 min/semana) e estratégias comportamentais para atingir um déficit calórico entre 500-750 kcal/dia. Mudanças comportamentais que criam déficit de energia independente da composição de macronutrientes, podem ser consideradas, pois resultarão em perda de peso.
A intervenção dietética em curto prazo, usando dietas estruturadas de muito baixas calorias (800–1.000 kcal/dia) pode ser prescrita para indivíduos cuidadosamente selecionados por profissionais treinados em ambientes com monitoramento rigoroso. Por fim, a diretriz enfatiza que não há evidências claras de que os suplementos dietéticos sejam eficazes para perda de peso.
Confira o documento completo da ADA, clicando aqui.