Considerando que toxinas urêmicas podem estar associadas à maior mortalidade em pacientes em hemodiálise, Eidi e colaboradores realizaram estudo randomizado triplo-cego, controlado com placebo com objetivo de investigar se a utilização de probióticos poderia reduzir a concentração dessas toxinas. Quarenta e dois pacientes em hemodiálise (32 homens e 10 mulheres) foram divididos em grupo intervenção (1.6×107 UFC de Lactobacillus Rhamnosus por dia, durante 28 dias) e grupo placebo.
Foram avaliados indicadores antropométricos, parâmetros bioquímicos, ingestão alimentar (recordatório de 24 horas), e níveis séricos das toxinas P-cresol e fenol. Nenhuma diferença significativa foi observada entre os grupos no início do estudo. A concentração de P-cresol diminuiu significativamente após as 4 semanas de intervenção quando comparada ao período inicial do estudo (2,68 mg/dL versus 1,23 mg/dL; p=0,034) e a mesma tendência foi observada para os níveis séricos de fenol (2,10 mg/dL versus 1,01 mg/dL; p=0,009).
A concentração das toxinas foi significativamente menor no grupo intervenção quando comparada ao grupo placebo (p<0,05). A análise estatística de regressão linear mostrou que níveis totais de toxinas fenol e p-cresol foram associados ao consumo de sódio, calorias, carboidratos, gorduras, proteínas, e fibras, e também ao tempo de hemodiálise por semana. Os autores concluíram que os probióticos podem ser um alvo promissor para pacientes em hemodiálise por serem capazes de diminuir a concentração sérica de toxinas urêmicas fenólicas nesta população.