Suplementação de vitamina K em osteopenia

Suplementação de vitamina K em osteopenia

A vitamina K é um cofator no metabolismo ósseo, atuando na carboxilação da osteocalcina (OC) e a OC carboxilada, por sua vez, promove a mineralização óssea. A osteocalcina é produzida pelos osteoblastos e carboxilada de OC subcarboxilada (ucOC) para OC carboxilada (cOC), em um processo dependente da vitamina K.

A vitamina K consiste em filoquinona (vitamina K1) e menaquinona (vitamina K2), sendo que menaquinonas podem ser divididas em subtipos desde MK-1 a MK-12, dependendo de sua estrutura.

Estudos clínicos sugerem que a vitamina K2 pode prevenir a perda óssea, porém existem resultados conflitantes na literatura. A maioria dos trabalhos que não encontrou benefício da suplementação foi realizado com suplementação de MK-4. A suplementação de vitamina MK-7 é promissora, pois ela possui uma meia-vida de 3 dias e isso permite que seja administrada uma vez ao dia. Trabalhos com mulheres caucasianas e holandesas encontraram resultados positivos com a suplementação de MK-7.

Para o tratamento da osteopenia e osteoporose, o uso de suplementação de cálcio e vitamina D é recomendado pela OMS, e a sua segurança e eficácia são demonstradas de forma convincente em vários grandes estudos. Um estudo recente, desenvolvido por Roon e colaboradores investigou o efeito da vitamina MK-7 associada à suplementação de cálcio e vitamina D, em marcadores bioquímicos de remodelação óssea (BTM), densidade mineral óssea (DMO) e microarquitetura óssea em mulheres na pós-menopausa com osteopenia.

O ensaio clínico duplo-cego randomizado e controlado por placebo, incluiu 142 mulheres na pós-menopausa com osteopenia, que receberam vitamina K2 (375 μg MK-7) ou placebo diariamente por 3 anos. Ambos os grupos receberam vitamina D3 (38 μg /dia) e cálcio (800 mg/dia). Os marcadores de turnover ósseo foram medidos no soro e densidade mineral óssea (DMO) e microarquitetura foram avaliadas através de densitometria óssea (DEXA) e tomografia computadorizada de alta resolução.

Os autores encontraram diminuição significativa da osteocalcina subcarboxilada no grupo suplementado com MK-7 (- 65,2 ± 23,5%) / em comparação com o grupo placebo (- 0,03 ± 38,5%), após 1 ano (p <0,01). Após 3 anos, DMO diminuiu em todos os locais sem diferenças entre o grupo MK-7 e as mulheres tratadas com placebo (p> 0,09).

Com o tempo, o grupo MK-7 apresentou menor perda da DMO no quadril total (grupo MK-7: 1,5 ± 2,5% e grupo placebo: 2,4 ± 2,7%). No colo femoral e na região lombar coluna, o efeito foi semelhante (colo femoral 1,5 ± 3,5% e 1,0 ± 5,0% nos grupos MK-7 e placebo, respectivamente; região lombar coluna em 1,8 ± 3,9% e 1,1 ± 3,1% nos grupos MK-7 e placebo, respectivamente).

Mudanças nos marcadores de turnover ósseo foram semelhantes entre os dois grupos. A microarquitetura do grupo suplementado por 1 ano com MK-7 foi considerada mais aprimorada, porém, as mudanças ao longo de 3 anos foram semelhantes entre os dois grupos.

Os autores concluíram que o tratamento associado de 375 μg de MK-7 com cálcio e vitamina D aumentou a carboxilação da osteocalcina. No entanto, o tratamento de 3 anos de mulheres na pós-menopausa com osteopenia não afetou os marcadores bioquímicos de renovação óssea, densidade mineral óssea ou microarquitetura óssea.

Referência:

Rønn SH, Harsløf T, Oei L, Pedersen SB, Langdahl BL.  The effect of vitamin MK-7 on bone mineral density and microarchitecture in postmenopausal women with osteopenia, a 3-year randomized, placebo-controlled clinical trial. Osteoporosis International (2021) 32:185–191.

Pós-graduação de Nutrição Clínica

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