O departamento de Ergometria, Exercício, Cardiologia Nuclear e Reabilitação Cardiovascular (DERC) da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Grupo de Estudos de Cardiologia do Esporte (GECESP), Comissão DERC Mulher – Saúde e Diagnóstico das Doenças Cardiovasculares nas Mulheres e Grupo de Estudos de Reabilitação Cardiopulmonar e Metabólica (GERCPM) publicaram um posicionamento sobre Exercícios Físicos na Gestação e no Pós-Parto.
O exercício físico (EF) na gravidez é indicado para promoção da saúde materna, fetal e neonatal. Os EF reduzem o percentual de massa gorda, aumentam a transferência de oxigênio e reduzem a difusão de dióxido de carbono por meio da placenta, favorecendo o desenvolvimento fetal. Adicionalmente, a prática regular diminui em torno de 50% o risco de diabetes gestacional, em até 40% de pré-eclâmpsia, hipertensão arterial gestacional, ganho de peso excessivo e depressão. Na ausência de comorbidades, as gestantes devem iniciar os EF assim que se sentirem dispostas.
A gestante necessita ter o conhecimento de alguns cuidados e peculiaridades na realização dos EF, para evitar complicações que são mais evidentes em determinados períodos da gestação. A atenção com a dieta é importante, o gasto calórico do exercício deve ser estimado e balanceado com a ingestão adequada de calorias, ressaltando-se a necessidade de atenção aos sinais e sintomas de hipoglicemia.
Para pacientes com obesidade, recomenda-se fortemente adesão à dieta equilibrada e exercício físico regular preferencialmente supervisionado. A principal meta durante a fase gestacional não se relaciona à perda de peso, mas sim ao ganho adequado durante toda a gravidez, evitando-se o excesso no terceiro trimestre. Nesta população, recomendam-se exercícios aeróbicos, de leve a moderada intensidade, prescrita entre 35% e 60% da FCR, que vai depender da condição cardiorrespiratória previa.
O diabetes gestacional apresenta complicações em curto e longo prazo para a mãe e o bebê. Modificações de estilo de vida como dieta e exercícios são a base para tratamento, e atuam como importantes aliadas quando associadas ao tratamento medicamentoso. O monitoramento da glicemia capilar deve ser realizado antes e após os exercícios, principalmente nas gestantes que irão iniciar um programa de exercícios e após ajuste de esquema terapêutico. Para início dos exercícios, o preconizado é que a glicemia capilar esteja entre 100 e 200mg/dL e, na presença de níveis abaixo de 100mg/dL, deve-se estimular a ingestão de 15 a 30 g de carboidratos de rápida absorção e repetir a dosagem com 30 min.
Exercícios físicos não devem ser realizados em jejum ou mais do que 3 h sem alimentação. Nos casos de hiperglicemia com níveis capilares acima de 250mg/dL, os exercícios estão contraindicados pelo risco de complicações como a cetoacidose diabética.
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