Dietas enterais semiartesanais em Home Care

Dietas enterais semiartesanais em Home Care

Indivíduos idosos são mais susceptíveis a desnutrição, sarcopenia e desenvolvimento de doenças crônicas. Na incapacidade de atingir necessidades nutricionais por via oral, indica-se a nutrição enteral para melhorar estado nutricional e de saúde. No entanto, em idosos sob cuidado domiciliar (home care), o uso de fórmulas enterais industrializadas tem custo elevado. Por isso, as dietas enterais semiartesanais são uma opção.

As dietas enterais semiartesanais podem ser formuladas com alimentos já utilizados pela família. Sendo assim, apresentam um menor custo. Entretanto, a quantidade de macro e micronutrientes pode ser um dos pontos negativos dessas dietas, dada a sazonalidade no teor de nutrientes dos alimentos adquiridos sem processamento, bem como o risco de deficiência de alguns minerais.

 

Dietas enterais semiartesanais: desenvolvimento de fórmulas

Atualmente, na literatura científica, há escassez de estudos que analisama  quantidade de vitaminas e minerais das dietas enterais semiartesanais.

Nesse sentido, pesquisadores brasileiros desenvolveram opções de fórmulas enterais semiartesanais para uso domiciliar, com diferentes valores calóricos de 1500, 1800 e 2100 calorias.

Os autores desenvolveram esssa dietas ingredientes habitualmente encontrados nas residências, por exemplo: leite, ovos, farinha de aveia e óleo de soja, além de ingredientes processados como albumina em pó. Ademais, todas fórmulas enterais foram aprovadas no teste de viscosidade, estabilidade, odor e cor.

 

Deficiências de alguns nutrientes

Na análise bromatológica, que estuda a composição bioquímica dos alimentos, as dietas estavam adequadas em cálcio, fósforo, ferro, zinco, manganês e selênio, mas o limite ideal de potássio e magnésio não foram atingidos.

Os autores ressaltam que a avaliação bromatológica das dietas é de extrema importância, já que somente a análise dietética com base em tabelas nutricionais não considera perdas ocorridas durante o processamento.

Por outro lado, os autores não analisaram a vitamina B12, D e folato, pois as concentrações encontravam-se abaixo dos limites de detecção dos aparelhos de laboratório.

 

 

Afinal, o que podemos concluir?

Neste recente estudo, apesar das vantagens de menor custo com uso de dietas enterais semiartesanias, a deficiência de alguns micronutrientes não demonstrou segurança nutricional.

O profissional de nutrição atuante em home care deve atuar na orientação do preparo da dieta, e considerar os aspectos higiênicos-sanitários. Por fim, a análise periódica de vitaminas e minerais é de extrema importância, e na presença de deficiência, a suplementação se faz necessária.

 

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Referência:

JANSEN, A. K. et al. Development of enteral homemade diets for elderly persons receiving home care and analysis of macro and micronutrient composition. Rev. bras. geriatr. gerontol., 2017; 20 (3): 387-397.

Pós-graduação de Nutrição Clínica

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