A Sociedade Americana de Medicina Esportiva publicou um posicionamento científico para auxiliar profissionais de saúde no manejo de atletas e pessoas ativas com diabetes.
A atividade física integra grande parte das recomendações de melhora do estilo de vida para pacientes diabéticos, mas pode ter benefícios e riscos agudos e crônicos. Embora exercícios aeróbicos, de resistência e treinamento intervalado de alta intensidade (HIT) tenham papéis no controle do diabetes, o volume e tipos ideais de exercício ainda não foram totalmente elucidados. O exercício de resistência pode ser especialmente benéfico tanto para reduzir a glicemia em adultos com diabetes recém-diagnosticado, quanto para aqueles com valores basais mais altos de hemoglobina glicada.
Diretrizes atuais exigem o mínimo semanal de 150 minutos de atividade física aeróbica de intensidade moderada (ou 75 minutos de treinamento de intensidade vigorosa) e 2 a 3 dias de treinamento de resistência. O exercício vigoroso com duração de 75 minutos semanais pode substituir o mínimo de 150 minutos, pois 1 minuto de atividade vigorosa é equivalente a 2 minutos de atividade moderada. Os programas de treinamento devem ser individualizados com base nos objetivos gerais de um atleta: melhorias nos níveis de glicose no sangue, condicionamento físico, força ou composição corporal.
Como o exercício estimula mecanismos independentes de insulina para aumentar a captação de glicose no músculo esquelético, a atividade física é especialmente importante para qualquer pessoa com resistência periférica à insulina. Além disso, a glicemia também pode ser impactada pela contração muscular durante o exercício físico. O músculo esquelético é o principal tecido responsável pela eliminação da glicose sérica estimulada pela insulina, e é o principal local de resistência periférica à insulina, que resulta do transporte de glicose prejudicado e pode levar ao DM2.
Provedores de saúde devem estar familiarizados com as diferentes motivações para envolvimento dos atletas em exercícios e programas de treinamento, pois pode haver necessidade de ajustes na rotina e no uso de medicamentos. Práticas alimentares como a restrição de carboidratos ou consumo de alimentos com baixo índice glicêmico podem impactar o controle e desempenho da glicose no sangue e, nesse sentido, o posicionamento traz especificações sobre a modificação de parâmetros da dieta, discute índice glicêmico, dieta cetogênica, práticas para perda peso e alvos de glicemia em diversos estados de saúde.
Os autores da diretriz enfatizam que ainda não existe uma abordagem universal para a dieta ideal para diabéticos, e considera que a utilidade da dieta de baixo índice glicêmico é controversa, pois existem muitas variáveis envolvidas na resposta aos efeitos da ingestão de alimentos sobre a glicemia.
Referência
Trojian, Thomas MD; Colberg, Sheri PhD; Harris, George MD; Oh, Robert MD; Dixit, Sameer MD; Gibson, Margaret MD; Corcoran, Matthew MD; Ramey, Lindsay MD; Berg, Philip V. MS American Medical Society for Sports Medicine Position Statement on the Care of the Athlete and Athletic Person With Diabetes, Clinical Journal of Sport Medicine: January 2022 – Volume 32 – Issue 1 – p 8-20 doi: 10.1097/JSM.0000000000000906.