A Sociedade Japonesa de Gastroenterologia publicou novas diretrizes para dispepsia funcional. A dispepsia funcional (DF) é definida como uma condição que apresenta sintomas cronicamente centrados no abdome superior, na ausência de qualquer doença orgânica, sistêmica ou metabólica. A DF inclui sintomas de plenitude pós-prandial, saciedade precoce, dor epigástrica e queimação epigástrica, e difere da gastrite crônica, que apresenta inflamação histológica.
Modificações no estilo de vida e na dieta são eficazes e integram a primeira linha de tratamento para a DF. Alta ingestão de gordura e padrões alimentares irregulares, exercícios insuficientes e distúrbios do sono, estão envolvidos na fisiopatologia da DF. Refeições com alto teor de gordura induzem maior náusea e dor em pacientes com DF do que uma refeição rica em carboidratos, o que sugere que evitar a gordura na dieta pode ser benéfico para o tratamento da DF. Além disso, o tabagismo tem sido associado à presença de DF, e a cessação do tabagismo também pode ser uma modificação efetiva do estilo de vida.
Medicamentos fitoterápicos integram a segunda linha de tratamento, e podem ser úteis para DF, mas as evidências disponíveis no momento são insuficientes para que seu uso seja fortemente recomendado. De acordo com essa diretriz, o rikkunshito é o único medicamento fitoterápico bem estudado que pode ser usado como uma alternativa aos procinéticos na dispepsia funcional. Essa erva é amplamente utilizada em países asiáticos para melhorar os sintomas gastrointestinais. Na China, é chamado de Liu-Jun-Zi Tang, e é uma fórmula de ervas originalmente descrita na literatura médica clássica chinesa.
A perda de peso involuntária deve ser considerada como sinal de alarme para a presença de doença orgânica, assim como vômitos recorrentes, sangramento, disfagia, dor ao engolir, massa abdominal, febre e história familiar de câncer de esôfago ou gástrico, especialmente em indivíduos com idade avançada.
Anormalidades das enzimas pancreáticas ou disfunção pancreática exócrina podem ocorrer em uma pequena população de pacientes com DF, mas ainda não se sabe se essas alterações explicam diretamente os sintomas da DF. Considera-se que a microbiota gástrica e intestinal esteja envolvida na fisiopatologia da DF, mas ainda há poucos relatos sobre a relação entre esses elementos.
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