O grupo de trabalho de especialistas em sarcopenia e fragilidade da Sociedade Australiana e da Nova Zelândia, lançaram um novo guideline com recomendações a respeito do tema: Triagem, Diagnóstico e Manejo da Sarcopenia e Fragilidade em Idosos Hospitalizados.
De acordo com estudos presentes na literatura, a sarcopenia e a fragilidade estão frequentemente associadas com a desnutrição, que foi relatada em 66% dos pacientes idosos internados com base em uma revisão sistemática abordada na diretriz. Nesses pacientes, o risco de desnutrição é 4,1 vezes maior se o paciente tiver sarcopenia e 5,8 vezes maior se o paciente for frágil.
Segundo os especialistas, atualmente não há evidências suficientes para apoiar o uso de qualquer ferramenta de triagem específica para sarcopenia no ambiente hospitalar e, portanto, a avaliação da sarcopenia (sem triagem) é recomendada. Com base em uma revisão sistemática descrita no trabalho que avaliou o SARC-F como uma ferramenta de triagem para sarcopenia, de 29 estudos (n = 21.855 participantes) encontrou-se que o SARC-F teve sensibilidade baixa a moderada (29–55%) e especificidade moderada a alta (69–89%).
Aqueles pacientes que apresentam sarcopenia provável ou a sarcopenia devem ser diagnosticados com base em uma avaliação da força muscular e massa magra apendicular, além de uma avaliação da função física, que se prejudicada, pode ser usada para indicar sarcopenia grave. Na ausência de técnicas de quantificação de massa muscular, como DEXA e a bioimpedância elétrica, a circunferência da panturrilha pode ser uma opção viável para esses pacientes.
Para identificar a fragilidade em idosos hospitalizados, os autores recomendam a utilização de ferramentas como, por exemplo, a Frailty Index (FRAIL) que é um instrumento curto de triagem de fragilidade baseado no autorrelato do paciente e tem uma boa validade preditiva para mortalidade, embora os estudos em ambientes hospitalares ainda sejam raros.
Quanto ao manejo nutricional, a diretriz recomenda que seja ofertado a esses pacientes, pelo menos, 30 kcal/kg de energia e 1,2–1,5 g/kg de proteína/dia, devendo ser ajustado de acordo com o paciente (por exemplo, obesidade, doença crítica) e o cenário clínico (por exemplo, UTI).
O guideline ainda aborda discussões a respeito da utilização de intervenções farmacológicas e a importância da atividade física nesses indivíduos hospitalizados.