A síndrome do intestino curto é uma importante causa de falência intestinal crônica, podendo levar à má-absorção e risco de deficiências nutricionais.
Por isso, a terapia nutricional é tão importante!
A SIC representa um espectro de condições clínicas que varia desde uma disfunção absortiva contornável com medidas dietéticas e farmacológicas, até condições disabsortivas graves que requerem suplementação endovenosa.
Atuar tanto no manejo da dieta oral desses pacientes quanto conduzir a nutrição parenteral a longo prazo em domicílio são desafios que conferem à SIC e à Nutrição Parenteral Domiciliar um caráter de cuidado de alta complexidade abordadas por equipe multidisciplinar.
Um artigo canadense publicado em 2017 traz uma revisão dos cuidados tanto na dieta quanto na condução da nutrição parenteral em domicílio.
A dieta oral, quando o intestino já se encontra em fase adaptativa, deve ser hipercalórica, com estímulo às refeições fracionadas, baseada em carboidratos complexos, pobre em açúcares simples, composta de 20 a 30 % do VET em proteínas. Lembram que, se os cólons estiverem em continuidade, a dieta deve se pobre em oxalato e a ingestão de solução de reidratação oral pode auxiliar a garantir uma diurese acima de 1L ao dia, evitando danos renais e formação de cálculos.
A nutrição parenteral domiciliar deve ser infundida preferencialmente de maneira cíclica, em período noturno, geralmente por 10 a 15 horas (se tolerável pelo paciente). Dias de descanso de NP podem ser adotadas conforme a evolução. Cuidados na prescrição a fim de evitar o overfeeding, a escolha de emulsões lipídicas e sua infusão restrita a menos de 1g/Kg/dia são medidas prudentes na condução da nutrição parenteral a longo prazo.
Diante da complexidade da SIC com falência intestinal, o estudo sugere monitorização frequente desses pacientes, sempre buscando sinais e sintomas de possíveis complicações.
Referência:
Bielawska B, Allard JP. Parenteral Nutrition and Intestinal Failure. Nutrients. 2017; 9, 466; doi: 10.3390/nu9050466