Posicionamento da ESPEN sobre o manejo nutricional de pacientes com obesidade e Covid-19

Posicionamento da ESPEN sobre o manejo nutricional de pacientes com obesidade e Covid-19

A Sociedade Europeia de Nutrição Clínica e Metabolismo (ESPEN) publicou recentemente um posicionamento sobre o manejo nutricional de pacientes com obesidade e Covid-19, com intuito de guiar a prática clínica dos profissionais envolvidos no manejo nutricional destes pacientes. Os autores separam as recomendações de acordo com o ambiente que o paciente obeso com Covid-19 se encontra – domicílio, hospital/enfermaria e hospital/UTI – e, também no cenário clínico, seja na prevenção da infecção, no tratamento e na recuperação da Covid-19 destes pacientes.

Os indivíduos obesos em isolamento social devem ser encorajados a manter padrões alimentares saudáveis e atividade física regular. Aqueles com riscos adicionais para desnutrição e para infecção severa de SARS-CoV-2 devem ser triados por meio de ferramentas de triagem nutricional validadas.  Os pacientes obesos com Covid-19 durante a quarentena domiciliar devem ser triados para avaliar risco nutricional e devem ser orientados quanto a otimização nutricional, a fim de minimizar as perdas de massa magra e massa muscular decorrentes do processo infeccioso.

Os pacientes hospitalizados em enfermaria, principalmente aqueles com maiores riscos de desfechos negativos devido a idade e presença de comorbidades, devem ser triados por ferramentas validadas, como a NRS-2002. Já para os pacientes em UTI, a dieta deve considerar a presença de intubação. Aos não intubados deve-se priorizar a dieta via oral (VO). Aos intubados indica-se a dieta enteral, ou parenteral quando a via digestiva estiver contraindicada ou for insuficiente, associada a deambulação ou exercícios físicos controlados para minimizar as perdas de massa muscular esquelética. No período pós intubação, aos pacientes com disfagia deve-se adaptar a textura da dieta oral ou utilizar NE ou NP, caso necessário. Recomenda-se a utilização de fórmulas hipercalóricas e hiperproteicas.

O paciente obeso com alta hospitalar deve ser reavaliado quanto a presença de desnutrição, em especial os idosos, com múltiplas comorbidades e os que permaneceram em UTI. Caso apresente risco nutricional ou desnutrição associada, recomenda-se acompanhamento e aconselhamento nutricional por profissionais com experiência. As metas calóricas e proteicas recomendadas, em todas as situações apresentadas (exceto em UTI), são 25 kcal/kg de peso ajustado/dia e > 1g/kg de peso ajustado/dia, respectivamente. Aos pacientes em UTI, recomenda-se até 20 kcal/kg de peso ajustado/dia e 1,3g de proteína/kg de peso ajustado/dia. Considerando que indivíduos obesos apresentam risco de deficiências de micronutrientes, em especial na presença de desnutrição, em todas as situações discutidas deve-se garantir a oferta da RDA por meio da dieta e a suplementação adicional pode ser necessária em casos de deficiências comprovadas.

O posicionamento completo pode ser acessado clicando aqui.

Pós-graduação de Nutrição Clínica

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