Novo posicionamento da ASPEN contesta o valor da albumina sérica e a pré-albumina como marcadores de avaliação nutricional. Segundo especialistas, essas proteínas caracterizam a inflamação e não descrevem o estado nutricional ou a desnutrição.
Doenças críticas e crônicas são marcadas por inflamação e mudança na priorização hepática de síntese proteica. Isso resulta em menores concentrações séricas de albumina e pré-albumina, e o aumento da permeabilidade capilar leva a redistribuição das proteínas séricas. A relação entre essas proteínas e as proteínas de fase aguda é inversamente proporcional. A redistribuição da albumina durante a resposta de fase aguda pode ter papel funcional, pois a albumina é um antioxidante extracelular chave e se liga a metais pró-oxidativos e ácidos graxos livres. Assim, o aumento de albumina no interstício amplia a capacidade da proteína de atuar como antioxidante nesse espaço.
Outras hipóteses propostas para justificar a redução de albumina sérica incluem aumento de perdas renais e gastrintestinais, bem como aumento de catabolismo tecidual na fase aguda, que leva a redução da meia vida da albumina.
Os especialistas discutem que existe uma associação entre inflamação e desnutrição, mas não entre a desnutrição e os níveis de proteína visceral. Nesse sentido, albumina e pré-albumina devem ser reconhecidas como marcadores inflamatórios associados ao risco nutricional e resultados adversos, e não a desnutrição protéico-energética.
O papel da albumina sérica e da pré-albumina no monitoramento do fornecimento e eficácia da terapia nutricional permanece indefinido. A normalização dos níveis dessas proteínas pode indicar melhora da inflamação, redução do risco nutricional, transição para anabolismo ou, potencialmente, menores necessidades de calorias e proteínas.
Por fim, considera-se que os conceitos de desnutrição e risco nutricional são distintos e muitas vezes são indevidamente trocados. Os níveis de albumina sérica e pré-albumina não servem como medidas substitutas de proteína corporal total ou massa muscular total, e não são parâmetros de monitoramento considerados úteis para orientar a terapia nutricional.
O posicionamento completo pode ser acessado aqui