A Sociedade Britânica Conjunta de Diabetes (JBDS-IP) publicou novas diretrizes para manejo da cetoacidose diabética em adultos.
A cetoacidose continua sendo considerada uma condição potencialmente fatal que acomete pessoas com diabetes tipo 1 e diabetes tipo 2, e a diretriz traz novas informações importantes para promoção de tratamento adequado.
A cetose relacionada ao jejum ocorre devido à falta de ingestão de carboidratos e geralmente se desenvolve ao longo de vários dias. A baixa ingestão de carboidratos levará à baixa secreção de insulina, com subsequente lipólise e cetose, sendo que as concentrações de cetona podem subir para mais de 6 mmol/L. Internações recorrentes por cetoacidose podem estar ligadas a quadros de transtornos alimentares e destaca-se que a esta condição pode ocorrer na ausência de variações dos níveis de glicemia (cetoacidose euglicêmica), especialmente com o uso de inibidores de SGLT-2, diabetes tipo 2 propenso a cetose e cetoacidose em pacientes com insuficiência renal terminal ou em diálise.
Desde que outros nutrientes estejam sendo ingeridos, distúrbios ácido-base e eletrolíticos são frequentemente mínimos, pois essa condição surge por um período prolongado e há compensação renal. Com uma maior compreensão da química e fisiologia ácido-base, agora está bem estabelecido que as medições de gases no sangue venoso juntamente com medições capilares de cetona e glicose são fundamentais para orientar o manejo da cetoacidose.
Parâmetros bioquímicos e metabólicos devem ser monitorados, especialmente pH venoso, bicarbonato, potássio, cetonas e glicose no sangue. Os alvos recomendados são redução da concentração de cetona no sangue em 0,5 mmol/L/h, aumento do bicarbonato venoso em 3,0 mmol/L/h, redução da glicose sanguínea capilar em 3,0 mmol/L/h e manutenção do potássio entre 4,0 e 5,5 mmol/L. O tratamento permanece o mesmo, mas muitas vezes abandona-se a insulina rapidamente após a resolução da cetoacidose diabética e da condição precipitante subjacente.
Dentro de 12-24h após a abordagem terapêutica da cetoacidose, espera-se que o paciente esteja se alimentando e bebendo líquidos, e caso haja alteração do nível de consciência ou vômitos persistentes, deve-se considerar a inserção de sonda nasogástrica.
A diretriz aborda diversos aspectos do tratamento farmacológico e comenta a ocorrência de cetoacidose em condições especiais, como idosos, gestantes, jovens de 18 a 25 anos de idade, insuficiência cardíaca ou renal e outras comorbidades graves.
Para acessar o documento original dessa diretriz, clique aqui.