A academia Americana de Pediatria publicou recentemente um relatório clínico que oferece orientações clínicas para cuidados pediátricos de transtornos alimentares. O documento revisa distúrbios comumente observados em crianças e adolescentes, descreve a avaliação e apresenta estratégias de tratamento.
As principais condições abordadas incluem anorexia e bulimia nervosa, transtorno de compulsão alimentar e transtorno de ingestão alimentar evitativa / restritiva.
O papel do pediatra é dado como fundamental na identificação de distúrbios, e sinais como relatos de dieta, insatisfação com a imagem corporal, experiências de estigma com base no peso ou mudanças nos padrões de alimentação ou exercícios, devem ser explorados de forma mais aprofundada.
Sinais de oligomenorreia ou amenorreia (primária ou secundária) podem indicar deficiência de energia, enquanto flutuações de peso ou ganho de peso rápido podem ser sinais de compulsão alimentar ou sintomas de bulimia nervosa.
A avaliação psicossocial completa, incluindo uso de drogas e realização de dietas, avaliação domiciliar, educacional, atividades, sexualidade, suicídio / depressão é fundamental para entender o contexto no qual o paciente se insere.
Investigações laboratoriais são frequentemente normais em pacientes com transtornos alimentares. Contudo, a contagem completa de células sanguíneas, eletrólitos séricos, cálcio, magnésio, fósforo e glicose, transaminases hepáticas, análise de urina, e concentração de hormônio estimulador da tireoide possuem validade clínica. A triagem para deficiências específicas de vitaminas e minerais (por exemplo, vitamina B12, vitamina D, ferro e zinco) pode ser indicada com base na história nutricional do paciente.
Queixas gastrintestinais são comuns e, às vezes, precedem o diagnóstico do transtorno alimentar. O retardo do esvaziamento gástrico e o trânsito intestinal lento muitas vezes contribuem para as sensações de náusea, distensão abdominal e plenitude pós-prandial, e podem ser uma característica de apresentação da restrição alimentar.
Os principais objetivos do cuidado em transtornos alimentares incluem a melhora da nutrição e do estado nutricional e restauração da trajetória de crescimento. A regularização de padrões de comportamentos alimentares também é uma meta desejada, e deve ser acompanhada da melhora da relação saudável com os alimentos e seu peso corporal, forma, e tamanho, bem como um senso de identidade.
Independentemente de um diagnóstico específico, o tratamento se concentra na reposição nutricional e na terapia psicológica e medicações psicotrópicas podem ser um complemento útil em determinadas circunstâncias.
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