Guidelines WSES-AAST – Doença inflamatória intestinal em emergência – 2021

Guidelines WSES-AAST – Doença inflamatória intestinal em emergência – 2021

A nova diretriz da Sociedade Mundial de Cirurgia de Emergência e a Associação Americana de Cirurgia e Trauma oferece orientações específicas para manejo de emergência da doença inflamatória intestinal (DII).

Apesar do vasto arsenal terapêutico disponível, a abordagem cirúrgica ainda é frequentemente necessária no manejo de complicações agudas da DII. Emergências incluem colite tóxica com ou sem megacólon, hemorragia maciça, perfuração livre, abscesso agudo (intra-abdominal ou perianal) com sepse e obstrução intestinal.

Testes laboratoriais devem incluir hemograma completo, eletrólitos, enzimas hepáticas, biomarcadores inflamatórios (taxa de sedimentação de eritrócitos e proteína C reativa), calprotectina fecal, albumina sérica e pré-albumina. Causas infecciosas devem ser excluídas, especialmente Clostridium difficile e Citomegalovírus. Algumas terapias podem causar anormalidades nas enzimas hepáticas, leucócitos e função renal. Por isso, também é importante acompanhar este tipo de alterações.

Em pacientes com DII, a terapia nutricional (parenteral ou enteral) deve ser realizada de acordo com a funcionalidade do trato digestivo e indicação proposta após avaliação conjunta do nutricionista e a equipe multiprofissional.

A nutrição parenteral deve ser reservada para pacientes com deficiências nutricionais e incapacidade de tolerar a nutrição enteral, ou quando a via enteral é contraindicada (pacientes críticos apresentando sinais de choque, isquemia intestinal, fístula de alto débito e/ou hemorragia intestinal grave).

Em pacientes com doença de Crohn que apresentam abscessos abdominais não drenáveis radiologicamente, a nutrição enteral exclusiva é viável e está associada a uma redução na taxa cirúrgica, melhora da condição pré-operatória e resultados pós-operatórios mais favoráveis neste grupo específico de pacientes. Já na DII complicada com indicação cirúrgica, a nutrição parenteral deve ser a escolha preferencial.

O estado nutricional pré-operatório vai influenciar a morbidade e mortalidade do pós-operatório e, por isso, a terapia nutricional pré-operatória é obrigatória em pacientes gravemente desnutridos. Na doença de Crohn, a albumina sérica <18.5 kg/m2 e perda de peso de 10-15% nos últimos 6 meses podem ser os melhores indicadores de desnutrição grave.

A diretriz completa pode ser acessada, clicando aqui.

Pós-graduação de Nutrição Clínica

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