A nova diretriz da ESPEN trata sobre nutrição enteral domiciliar. Desenvolvida para informar médicos, nutricionistas, farmacêuticos, enfermeiros e demais provedores, o guia abrange 61 recomendações referentes a indicações e contraindicações da nutrição enteral domiciliar, bem como sua implementação e monitoramento.
Pacientes com risco de desnutrição, que tiverem diagnóstico de doença neurológica, traumatismo craniano, câncer de cabeça e pescoço, malignidades gastrointestinais, doenças gastrointestinais não neoplásicas, incluindo síndromes de má absorção devem ser considerados para nutrição enteral domiciliar ou suplementos nutricionais antes da alta hospitalar. Contudo, caso a expectativa de vida seja inferior a 1 mês, a nutrição enteral domiciliar não deve ser iniciada.
A gastrostomia radiológica percutânea e jejunostomia endoscópica percutânea são as vias de acesso mais indicadas para nutrição enteral domiciliar de longo prazo. O método de administração de nutrição enteral deve ser uma decisão do time multidisciplinar, que deve considerar a doença do paciente, tipo de sonda de alimentação e posição, tolerância alimentar e preferência do paciente. Bolus ou infusão contínua ou contínua intermitente por meio de uma bomba pode ser usada dependendo da necessidade clínica, segurança e nível de precisão exigido.
A lavagem de rotina com água antes e após a alimentação pode prevenir a obstrução da sonda e deve fazer parte da educação do paciente/cuidador. A sonda de nutrição enteral também pode ser usada para administração de medicamentos, se a eficácia da administração puder ser confirmada.
Fórmulas comerciais padrão por sonda enteral podem ser usadas, a menos que haja justificativa específica para uma alimentação artesanal por sonda. A administração de dietas artesanais processadas por sonda tem sido utilizadas com frequência, mas o preparo é demorado, pode ter custo elevado, a padronização de alimentos usados é deficiente, podem haver riscos de contaminação microbiana e há instabilidade de suas condições.
Fórmulas contendo fibras normalmente devem ser usadas para pacientes com diarreia e constipação, pois seus efeitos são considerados relevantes tanto para situações agudas quanto crônicas, e benefícios significativos (especialmente misturas de fibras) foram amplamente relatados.
A diretriz enfatiza que outras condições específicas não foram consideradas para o desenvolvimento das recomendações, dentre elas: distúrbios da deglutição por doenças neurológicas, obstruções devido a malignidades, caquexia devido a câncer, doença pulmonar obstrutiva crônica doença cardíaca, infecções crônicas e má absorção/má digestão devido a doenças hepáticas, pancreáticas ou intestinais.
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