Posicionamento BRASPEN – Dieta oral no ambiente hospitalar

Posicionamento BRASPEN – Dieta oral no ambiente hospitalar

Um novo posicionamento foi publicado pela Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (BRASPEN), abordando sobre a importância da dieta oral hospitalar (DOH) no tratamento nutricional de pacientes internados.

Segundo os autores, a alimentação por via oral é a mais fisiológica e está associada a um maior conforto e satisfação do paciente durante a internação. A DOH deve ser individualizada, levando em consideração a doença, sinais e sintomas, intolerâncias e alergias, as preferências e os aspectos psicológicos e sensoriais.

Alguns pontos podem contribuir para a melhor aceitação dessa terapia, como a gastronomia hospitalar e a participação ativa e engajada do doente durante todo esse processo, a fim de alcançar o sucesso no tratamento, visando à redução da prevalência de desnutrição hospitalar, que está associada à baixa efetividade da DOH.

O ato de se alimentar envolve experiências adquiridas ao longo dos anos, considerando aspectos socioeconômicos, culturais e religiosos. Na presença de doenças, o prazer de alimentar é substituído por momentos de dor, mal-estar, náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarreia, dentre outras manifestações de sofrimento.

A DOH deve ter como principal objetivo o oferecimento de uma alimentação que atenda às necessidades fisiológicas/nutricionais decorrentes do estado físico, nutricional e patológico, podendo ocorrer mudanças na consistência, temperatura, volume, valor calórico, além de alterações nas proporções dos macronutrientes e até restrições.

Por existirem diversas denominações das dietas modificadas, sem haver um consenso determinado de nomenclatura, os autores propuseram uma padronização na nomenclatura das DOH, levando em consideração as modificações em consistência, como dieta normal ou geral ou livre, dieta pastosa ou semissólida, dentre outras. Foram padronizadas também as dietas modificadas em calorias e/ou nutrientes, como por exemplo, dieta hiper/hipoproteíca, hiper/hipolipídica ou cetogênica, dentre outras que sofreram alterações.

De acordo com a diretriz, existem barreiras que são presentes no momento da alimentação de pacientes internados, contribuindo para uma baixa aceitação da DOH, como o ato de ser interrompido pela equipe do hospital no momento da refeição e a não entrega das refeições substitutas quando o paciente está em jejum para exames. Além disso, diversos estudos abordaram que a insatisfação do doente com a alimentação ofertada, seja em qualidade ou em quantidade, está intimamente associada a piores desfechos clínicos.

A diretriz ainda aborda algumas maneiras de solucionar as barreiras existentes na alimentação dos pacientes, e como implementar a DOH através da gastronomia hospitalar, a evitar restrições desnecessárias na oferta aos pacientes, bem como a avaliar a ingestão da dieta oral hospitalar.

Clique aqui para ler o guideline completo.

Referência:

Dock-Nascimento DB, Campos LF, Dias MCG, Fabre MÊS. Dieta oral no ambiente hospitalar: posicionamento da BRASPEN. BRASPEN J 2022; 37 (3): 207-27.

Pós-graduação de Nutrição Clínica

Compartilhe este post