Especialistas franceses publicaram um novo consenso para uso de Vitamina D e cálcio em pediatria. Desenvolvido para fornecer orientação sobre indicações, dosagem e monitoramento, o consenso aborda 35 questões de prática clínica.
O documento considera mais de um tipo de recomendação para níveis de vitamina D (25(OH)D). Para prevenir o raquitismo em populações pediátricas gerais recomenda-se que a vitamina D seja > 20 ng/mL e, para evitar quaisquer defeitos de mineralização e variabilidade sazonal recomenda-se vitamina D >30 ng/mL. Níveis de vitamina D não devem ultrapassar 60 ng/mL e níveis acima de 80 ng/mL foram associados a toxicidade.
Diversos fatores contribuem para a deficiência de 25(OH)D, incluindo aumento da renovação óssea durante períodos de rápido crescimento esquelético, pouca exposição ao sol, composição de melanina epidérmica e obesidade. A síntese cutânea de vitamina D3 depende da localização do corpo, extensão da roupa, fatores culturais, tela tópica, latitude, altitude, estação do ano, poluição e hora do dia para exposição ao sol. Os níveis de 25(OH)D e o incremento em resposta à suplementação de vitamina D são influenciados negativamente pela adiposidade.
A produção e/ou absorção de vitamina D pode ser reduzida em condições pediátricas crônicas envolvendo má absorção intestinal, inflamação, doenças hepáticas e insuficiências renais. Para crianças que adotam uma dieta vegana, o risco de deficiência de vitamina D pode ser maior, e o uso de fármacos anticonvulsivantes, glicocorticóides, nifedipina, espironolactona, clotrimazol e rifampicina podem afetar o metabolismo da vitamina D.
A suplementação de crianças saudáveis de 0 a 18 anos de idade pode ser feita com um mínimo de 400 UI e máximo de 800 UI de vitamina D por dia e, particularmente para crianças de 0 a 2 anos, a suplementação deve ser feita com D2 ou D3. Em caso de diminuição da disponibilidade de vitamina D (obesidade, etnia negra, ausência de exposição da pele ao sol) ou ingestão diminuída (dieta vegana), recomenda-se um mínimo de 800 UI e um máximo de 1.600 UI de vitamina D2 ou D3 por dia. Caso não haja adesão a este protocolo, é sugerido utilizar suplementação intermitente com dose de 50.000 UI a cada 6 semanas ou 80.000-100.000 UI trimestralmente.
Para ajustar a suplementação de vitamina D, os níveis de 25(OH)D devem ser monitorados quando houver história familiar de intoxicação por vitamina D, hipercalcemia, hipercalciúria, cálculos renais e/ou nefrocalcinose.
Para cobrir as necessidades de cálcio em crianças de 1 a 18 anos, recomenda-se o consumo de pelo menos três a quatro porções de produtos lácteos por dia. Em crianças e adolescentes que recebem menos de 300 mg ajustado para biodisponibilidade de cálcio nutricional por dia, a suplementação pode ser feita com 500-1000 mg por dia, especialmente naqueles que seguem uma dieta vegana.
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