Fatores para desenvolvimento de cálculos biliares após cirurgia bariátrica

Fatores para desenvolvimento de cálculos biliares após cirurgia bariátrica

A rápida perda de peso após a cirurgia bariátrica é um importante fator de risco para a doença do cálculo biliar por colesterol. Entre os pacientes submetidos à cirurgia bariátrica, até 40% desenvolvem cálculos biliares e aproximadamente 8% a 15% tornam-se sintomáticos, exigindo colecistectomia.

Hall e colaboradores desenvolveram um estudo com o objetivo de identificar os fatores de risco associados à litíase biliar sintomática e à formação de cálculos biliares após a cirurgia bariátrica.

Foram incluídos participantes do estudo UPGRADE, um estudo multicêntrico randomizado controlado por placebo sobre a prevenção de litíase biliar sintomática com ácido ursodesoxicólico (UDCA) após cirurgia bariátrica. A associação entre as características do paciente e litíase biliar sintomática e formação de cálculos biliares foi avaliada por meio de análise de regressão logística.

Participaram do estudo 959 pacientes, dos quais 78 (8%) desenvolveram cálculos biliares sintomáticos em 24 meses. Os fatores de risco foram a presença de síndrome dolorosa e presença de cálculos biliares assintomáticos antes da cirurgia.  A idade avançada foi um fator protetor. Nenhum fator de risco foi identificado para formação de cálculos biliares, enquanto idade avançada, o uso de estatina e profilaxia com UDCA todos reduziram o risco.

Os autores concluíram que jovens com síndrome dolorosa pré-operatória e/ou cálculos biliares assintomáticos antes da cirurgia bariátrica apresentam risco aumentado de litíase biliar sintomática após a cirurgia. Se as estatinas, isoladamente ou em combinação com a profilaxia com UDCA, podem reduzir ainda mais a carga de cálculos biliares após a cirurgia bariátrica, deve ser investigada prospectivamente.

Por: Lidiane Catalani

Haal  S, Guman MSS, Bruin S, et al. Risk Factors for Symptomatic Gallstone Disease and Gallstone Formation After Bariatric Surgery. Obes Surg. 2022 Apr;32(4):1270-1278.

Pós-graduação de Nutrição Clínica

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