A nova diretriz de Enfermagem da BRASPEN responde a várias lacunas da prática assistencial na terapia nutricional, abordando aspectos ainda não descritos em outras obras didáticas ou artigos científicos.
Pela sua complexidade, esta terapêutica contempla a atuação transdisciplinar e o enfermeiro é responsável por garantir a administração das terapias, pautado na utilização de protocolos assistenciais.
Para identificar a aceitação alimentar real de pacientes hospitalizados, recomenda-se o registro da aceitação alimentar a cada refeição, com linguagem compreensível a todos os profissionais envolvidos no cuidado. De acordo com a opinião de especialista, a diretriz considera que a avaliação quantitativa da aceitação é especialmente de responsabilidade da equipe de Enfermagem. Após a realização do registro da aceitação alimentar, o nutricionista poderá realizar análise qualitativa em relação às recomendações/necessidades nutricionais, permitindo verificar se a ingestão foi deficiente ou excessiva em energia, macro e micronutrientes, disponibilidade e consumo de alimentos.
Para avaliação da hidratação, devem-se considerar perdas ou eliminações registradas no balanço hídrico diário. As recomendações para a ingestão adequada de líquidos são de 2,0 l/dia, para mulheres, e de 2,5 l/dia, para homens de todas as idades. Ao considerar que 80% desses fluidos precisam vir de bebidas, então se considera pelo menos 1,6 l/d de bebidas para mulheres e 2,0 l/d para homens. Perdas excessivas relacionadas a febre, diarreia, vômitos ou hemorragia grave devem ser avaliadas e equilibradas por ingestão oral ou infusão de líquidos e eletrólitos. Já na insuficiência cardíaca ou renal, o balanço hídrico deve ser avaliado com cuidado, pois pode haver necessidade de restrição hídrica.
Para pacientes que serão submetidos à cirurgia eletiva, o período de jejum deve ser orientado. Considera-se manter 6 horas de jejum para sólidos, enquanto líquidos podem ser consumidos entre 2 ou 3 horas antes da indução anestésica. Isso se aplica aqueles pacientes que não tiverem comorbidades que diminuam o tempo de esvaziamento gástrico, como diabetes e neuropatias.
Em pacientes que forem submetidos a cirurgias eletivas abertas de cólon, a nutrição oral precoce não deve ser negada com base na avaliação isolada de íleo paralítico com ausência de ruídos hidroaéreos. A nutrição oral precoce pode reduzir o tempo de permanência hospitalar após a operação e a duração do íleo adinâmico ou paralítico.
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