Consenso para manejo nutricional em câncer gástrico e gastrectomia

Consenso para manejo nutricional em câncer gástrico e gastrectomia

A Sociedade de Gastroenterologia de Taiwan organizou o Consenso para manejo nutricional em câncer gástrico e gastrectomia para fornecer uma visão geral das evidências e recomendações sobre a terapia nutricional para pacientes com câncer gástrico submetidos à gastrectomia.

As principais recomendações consideram o estado nutricional
pré-operatório na incidência de complicações operatórias e sobrevida de
pacientes submetidos a gastrectomia, além de discutir sobre a nutrição pós
gastrectomia.

A desnutrição pré-operatória está associada ao aumento de
complicações e baixa sobrevida em pacientes com câncer gástrico que realizaram
gastrectomia. Considera-se que a nutrição pode atuar para abreviar o tempo de
internação, especialmente com a redução do jejum pré-operatório e nutrição
enteral precoce. Para tal, recomenda-se a administração de líquidos claros com
carboidratos no pré-operatório e o início da terapia nutricional enteral
precoce de 6 a 12 horas após a cirurgia. Além de impactar positivamente o tempo
de internação, a nutrição enteral no pós operatório precoce oferece menor risco
de complicações que a terapia nutricional parenteral.

Deficiências nutricionais comuns após a gastrectomia incluem
deficiências de vitamina B12, ácido fólico, ferro, cálcio e vitamina D. Essas
deficiências são atribuídas à má absorção, rápido tempo de trânsito
gastrintestinal, super crescimento bacteriano e ingestão oral insuficiente. A
nutrição oral também é impactada pelo desconforto pós-prandial, que inclui
plenitude epigástrica, saciedade precoce e sintomas da síndrome de dumping. Anemia
e doença óssea metabólica também podem ser esperadas.

A suplementação de rotina desses micronutrientes é indicada
para pacientes com câncer gástrico submetidos à gastrectomia total ou parcial,
e o monitoramento sérico deve ser realizado.

Para vitamina B12, recomenda-se suplementação profilática na gastrectomia total, que pode ser realizada via intramuscular ou subcutânea com dose de 1000 mcg em meses alternados. Para gastrectomia parcial, recomenda-se o monitoramento periódico do nível sérico de vitamina B12 e suplementação conforme necessidade. Para deficiência leve, suplementar via oral (500 e1000 mcg / dia) e para deficiência grave utilizar vitamina B12 intramuscular ou subcutânea (1000-2000 mcg / mês).

Para ferro, recomenda-se a realização de monitoramento
periódico dos níveis séricos de ferritina e hemoglobina (a cada 6 meses) em
pacientes com gastrectomia total ou parcial. Em caso de deficiência de ferro,
recomenda-se suplementação oral tanto para gastrectomia total quanto para
parcial, com dose de 150 a 300 mg  de
ferro elementar/dia por cerca de 4 a 6 meses.

Para cálcio e vitamina D, recomenda-se monitoramento
periódico anual de 25-hidroxivitamina D e densidade mineral óssea para
pacientes com gastrectomia total e parcial. A suplementação profilática com
comprimidos multivitamínicos diários contendo 250 mg de cálcio e 400 UI de
vitamina D pode ser considerado na gastrectomia total ou parcial associada a
deficiências.

Para acessar o documento completo, acesse: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0929664619300130?via%3Dihub

Pós-graduação de Nutrição Clínica

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