A partir de dezembro de 2019, a nova doença de coronavírus de 2019 (COVID-19) causou uma epidemia de pneumonia, que começou em Wuhan, na China, e está se espalhando rapidamente por todo o mundo, incluindo o Brasil. Considerando as consequências deletérias da desnutrição, que certamente pode afetar pacientes com COVID-19, um estudo italiano desenvolveu um protocolo clínico para suplementação nutricional oral de pacientes não críticos internados por doença COVID-19.
Nos hospitais italianos, foi observado que a maioria dos pacientes se apresentam com inflamação e anorexia graves já na admissão hospitalar, o que leva a uma redução drástica da ingestão de alimentos. Uma porcentagem importante desenvolve insuficiência respiratória que requer ventilação não invasiva ou mecânica de vias aéreas.
No protocolo desenvolvido para o COVID-19, dietas com alta densidade calórica, em uma variedade de consistências diferentes e com alimentos altamente digeríveis, foram disponibilizadas para todos os pacientes. A administração de suplemento oral hipercalórico e hiperproteico (proteínas de soro de leite), bem como infusão intravenosa de soluções multivitamínicas e multiminerais de oligoelementos são avaliadas no momento da admissão hospitalar. Se for detectado risco nutricional por triagem, é ofertado de 2 a 3 frascos de suplementos orais. Caso o paciente não aceitar até 2 frascos de suplemento oral por dia, por 2 dias consecutivos e/ou as condições respiratórias piorarem, a nutrição parenteral suplementar ou total é prescrita. Na presença de déficit de 25 hidroxivitamina D, o colecalciferol é prontamente fornecido.
Os profissionais italianos concluem que o objetivo do protocolo foi implementar uma conduta rápida e padronizada para os cuidados nutricionais em pacientes com COVID-19, com o intuito de otimizar os resultados clínicos na prevenção das consequências da desnutrição nessa população de pacientes.