Indivíduos pré-hipertensos com diabetes do tipo 2 (pressão arterial sistólica entre 120-130 mm/Hg ou pressão arterial diastólica de 80-89 mm/Hg) apresentam maior risco de desenvolver hipertensão arterial e doenças cardiovasculares quando comparado a pessoas com pressão sanguínea dentro dos parâmetros de normalidade.
A dieta DASH (Abordagens Dietéticas para Parar a Hipertensão) tornou-se reconhecida por ser rica em micronutrientes como cálcio, magnésio e potássio, ter baixo teor de sódio, priorizar consumo de grãos integrais, vegetais, frutas, legumes, carnes magras, oleaginosas e laticínios com pouca gordura e reduzir consumo de carne vermelha, embutidos, doces e açúcares.
Recentemente, um ensaio clínico randomizado analisou 80 pacientes pré-hipertensos com diabetes tipo 2, com idade entre 18 e 65 anos, que foram distribuídos aleatoriamente em grupo intervenção que recebeu a dieta DASH (n=40) e grupo controle que recebeu uma dieta com as recomendações da American Diabetes Association (ADA) (n=40), ambos por período de 12 semanas. Pressão sistólica e diastólica foram aferidas no início e final do estudo, dados dietéticos foram avaliados mensalmente por recordatório de 3 dias e os indivíduos foram aconselhados a seguirem a prática de atividade física da forma habitual.
Resultados mostraram que não houve diferença significativa no valor energético consumido em ambos grupos (p=0,9) e do nível de atividade física (p=0,45). O grupo que consumiu dieta DASH apresentou redução média da pressão arterial sistólica de -10,3 mm/Hg em homens e -6,4 mm/Hg em mulheres. Em participantes com IMC >30Kg/m², a redução média foi de -7,7 mm/Hg. No grupo controle, a redução da média da pressão sistólica em homens foi de -7,3 mm/Hg em homens; enquanto em mulheres houve um aumento de 0,6 mm/Hg. Nos indivíduos com IMC>30Kg/m² foi notada a redução média de -3,4 mm/Hg.
Dados da pressão arterial diastólica no grupo da dieta DASH apresentou queda de -10,3 mm/Hg em homens e -6,4 mm/Hg em mulheres. Na amostra com IMC>30Kg/m², a redução média foi de -7,7 mm/Hg. No grupo controle, homens apresentaram redução de -8,6 mm/Hg, já mulheres apresentaram aumento de 1,5 mm/Hg. Em obesos, a diferença média foi de -3,6 mm/Hg.
Os autores concluíram que, ao comparar resultados entre os dois grupos, não houve diferença significativa entre dieta DASH versus ADA em relação aos níveis de pressão sanguínea sistólica e diastólica (P> 0,05). No entanto, ao comparar os dados do início e fim de 12 semanas, participantes do grupo da dieta DASH apresentaram diminuição significativa nos níveis sistólicos (p= 0,003). Nesse estudo, a dieta da ADA não refletiu diferença significativa em ambos parâmetros de pressão sanguínea.