Os dados epidemiológicos sobre o papel dos padrões alimentares globais na doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) são limitados, especialmente em estudos prospectivos e de base populacional.
Recentemente foram realizadas investigações sobre associações entre padrões alimentares avaliados por índices de qualidade da dieta predefinidos (DQIs) e risco de DHGNA por status de cirrose em afro-americanos, nipo-americanos, latinos, havaianos nativos e brancos da Coorte Multiétnica (MEC).
Foi feita uma análise de caso-controle aninhada dentro da coorte. Os casos de DHGNA foram identificados pelo Medicare 1999-2016. Quatro Índices de Alimentação Saudável DQIs (IES) -2015, Índice de Alimentação Saudável Alternativa-2010, Escore alternativo da dieta mediterrânea e Escore DASH foram calculados a partir de um QFA validado, administrado na linha de base. Regressão logística condicional foi utilizada para estimar a razão de risco (ORs) e IC de 95% com ajuste para múltiplas covariáveis.
As análises incluíram 2959 casos de DHGNA (509 com cirrose; 2450 sem cirrose) e 29.292 controles pareados. Pontuações mais altas para IES-2015 (ou seja, maior em comparação com o quintil mais baixo OR: 0,83; IC 95%: 0,73, 0,94; P para tendência = 0,002) e DASH (OR: 0,78; IC 95%: 0,69, 0,89; P para tendência <0,001), refletindo adesão favorável a uma dieta saudável, foram inversamente associados ao risco de DHGNA. Enquanto não houve diferenças por sexo ou raça/etnia, a associação inversa foi mais forte para DHGNA com cirrose do que para DHGNA sem cirrose (P para heterogeneidade = 0,03 para IES-2015 e 0,05 para DASH).
Os escores mais altos da IES-2015 e do DASH foram inversamente associados ao risco de DHGNA nessa população etnicamente diversa. Os resultados sugerem que ter uma melhor qualidade da dieta pode reduzir o risco de DHGNA, com mais benefícios para a DHGNA com cirrose.
Por Renata Gonçalves