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Pacientes com câncer enfrentam diversos sintomas que podem dificultar a execução de tarefas comuns, como o ato de comer. São os chamados “sintomas de impacto nutricional”. Até o momento, esse tema ainda é um pouco discutido.
Sabendo disso, uma nova pesquisa trouxe luz a este tópico, investigando os impactos destes sintomas na ingestão alimentar de pacientes com câncer avançado. Confira detalhes a seguir.
Em primeiro lugar, o que são sintomas de impacto nutricional (SIN)?
Ainda não há uma definição consensual para os sintomas de impacto nutricional. Entretanto, no câncer, podemos considerá-los como aqueles sintomas físicos e psicológicos relacionados à caquexia, que comprometem a ingestão alimentar e podem levar a desnutrição.
Seus principais resultados adversos incluem:
- Deterioração do estado nutricional
- Perda de peso corporal
- Sofrimento relacionado à alimentação (ERD)
- Piora da qualidade de vida (QV) relacionada à alimentação
- Menor sobrevida
Quais são os sintomas de impacto nutricional (SIN)?
Os SIN incluem uma ampla gama de sintomas físicos e psicológicos que interferem no desejo de comer e na capacidade de ingerir e digerir alimentos. Exemplos incluem:
- Dor oral
- Falta de ar
- Fadiga
- Sonolência
- Falta de apetite
- Saciedade precoce
- Náusea
- Vômito
- Constipação
- Diarreia
- Paladar e olfato anormal
- Boca seca
- Problemas dentários
- Dificuldade para engolir
- Obstrução do bolo alimentar
- Ansiedade e depressão
Novo estudo avalia impacto dos SNI em pacientes com câncer avançado
Recentemente, cientistas conduziram uma análise transversal, envolvendo 302 pacientes com câncer avançado e em cuidado paliativo, de 11 serviços de saúde japoneses.
Os participantes classificaram 19 sintomas de impacto nutricional, adotados do Edmonton Symptom Assessment System (ESAS) e do Patient-Generated Subjective Global Assessments (PG-SGA). Os pacientes deveriam classificar os seus sintomas de 0 a 10, sendo:
- 0: inexistente
- 1 a 3: leve
- 4 a 6: moderado
- 7 a 9: grave
- 10: insuportável
Além disso, solicitou-se aos participantes que avaliassem sua ingestão alimentar usando a Escala Ingesta-Verbal/Visual Analógica (Ingesta-VVAS), que emprega uma escala de 10 pontos.
Os participantes estimaram sua refeição em uma escala de 0 (nada) a 10 (como de costume), de modo que pontuações mais altas indicam melhor ingestão alimentar.
Por fim, os participantes avaliaram sua qualidade de vida usando o Questionário para sofrimento relacionado à alimentação entre pacientes com câncer avançado (QERD-P).
Principais resultados
O achado primordial da pesquisa foi que, quanto maior o número de SINs com pontuação de 4 ou mais (moderado a insuportável), menor a tendência de ingestão alimentar. Ter quatro ou mais SINs mostrou ser preditivo de ingestão alimentar reduzida.
Além disso, o sofrimento relacionado à alimentação e a pior qualidade de vida também estavam mais presentes.
Por outro lado, uma pequena quantidade de SINs (1 a 3 sintomas) não se associou necessariamente à menor ingestão alimentar. No entanto, estes pacientes também tinham alto risco de sofrimento relacionado à alimentação.
Investigações anteriores sugeriram que aliviar esses sintomas podem ter benefícios clínicos consideráveis.
Por exemplo, um estudo descobriu que terapias (farmacológicas ou não) para dor, náusea, depressão e constipação melhorou significativamente a falta de apetite, e aproximadamente ⅓ dos pacientes ganhou peso. Além disso, sugeriu-se minimizar a administração de sedativos para mitigar fadiga excessiva e sonolência.
Conclusão
Em resumo, os sintomas de impacto nutricional pioram a ingestão alimentar em pacientes com câncer avançado, principalmente quando estes sintomas são moderados à insuportáveis.
Sendo assim, é imprescindível que as diretrizes clínicas criem uma definição consensual para os SINs, assim como recomendações de gerenciamento específico destes sintomas.
Para ler o artigo científico completo, clique aqui.
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