O consumo de refrigerantes é um hábito comum entre adolescentes e está frequentemente associado a desfechos desfavoráveis a saúde, incluindo obesidade. Um recente estudo realizado nos Estados Unidos verificou se a substituição de refrigerante por leite semi-desnatado melhoraria fatores de risco cardiometabólicos em adolescentes do sexo masculino consumidores habituais de bebidas açucaradas.
Para isso, pesquisadores realizaram um ensaio clínico randomizado onde 30 adolescentes com sobrepeso ou obesidade (porém não dislipidêmicos), deveriam consumir 720ml de refrigerante adoçado com açúcar (equivalente a ±80 gramas de açúcar ao dia) ou o equivalente energético de leite com 2% de gordura. Após 3 semanas com esta bebida, os adolescentes ficaram 2 semanas sem intervenção (washout) e depois trocaram de grupo. Marcadores bioquímicos, lipoproteínas plasmáticas e outras medidas foram avaliadas após cada período. Os pacientes foram orientados a manter seu padrão alimentar habitual e peso corpóreo durante todo o período de estudo.
Como resultados, observou-se que o escore z da pressão arterial sistólica e a concentração de ácido úrico foram significativamente menores depois de consumir leite comparado ao refrigerante, mas não observou mudanças nos parâmetros bioquímicos de lipoproteínas. Houve redução significativa de glicoesfingolipídios (que são relacionados a problemas metabólicos e condições inflamatórias) e são naturalmente presentes nas partículas de colesterol LDL.
Os pesquisadores concluíram que embora os adolescentes estudados não obtiveram melhora nos níveis de lipídios e lipoproteínas sanguíneos em resposta a substituição de refrigerante por leite com baixo teor de gordura, as reduções de pressão arterial sistólica e concentrações séricas de ácido úrico, bem como alterações nos glicoesfingolipídios, sugerem potenciais benefícios cardiometabólicos dessa intervenção.
Por: Lenycia Neri