Novos ajustes são propostos para prática de terapia nutricional no COVID-19. Após um ano de pandemia, a BRASPEN revisou o parecer publicado em 2020 e traz sugestões para orientar as Equipes Multidisciplinares de Terapia Nutricional do Brasil.
Recomenda-se que a triagem do risco nutricional seja feita em até 48 horas após a admissão hospitalar e sua reavaliação a cada 3 ou 4 dias ou conforme mudança no quadro clínico. Dados secundários de prontuário ou informados oferecidas por outros profissionais podem ser utilizados. Pacientes que permanecerem por mais de 48 horas na unidade de terapia intensiva devem ser considerados em risco de desnutrição.
Suplementos orais estão indicados quando a ingestão energética estimada estiver abaixo das metas nutricionais e, se abaixo de 60% mesmo com a suplementação oral, a terapia nutricional enteral (TNE) deve ser considerada.
A TNE deve ser iniciada com aporte calórico mais baixo, entre 15 a 20 kcal/kg/dia, nos primeiros quatro dias ou enquanto durar a fase aguda inicial. Após este período, realizar calorimetria (se disponível) ou progredir para 25 kcal/kg/ dia. Na fase de reabilitação, aumentar a meta calórica de maneira progressiva, baseada em calorimetria ou no estado nutricional do paciente. Um total de 35 kcal/kg é considerado o limiar máximo.
O aporte protéico deve ser de 1,5 e 2,0 g/kg/dia, mesmo em caso de disfunção renal aguda. Em pacientes em terapia de substituição renal contínua, considerar até 2,5 g/kg/dia.
Para pacientes com obesidade, sugere-se TNE hipocalórica e progressão cautelosa ao longo da primeira semana. Recomenda-se de 11-14 kcal/kg de peso atual/dia em pacientes com IMC de 30 – 50 kg/m2, e 22-25 kcal/ kg de peso ideal/dia, em pacientes com IMC> 50 kg/m2.
Fórmulas com alto teor lipídico/ baixo teor de carboidrato não são recomendadas para manipular coeficiente respiratório em pacientes críticos com disfunção pulmonar. O uso de uma fórmula enteral com ômega 3, óleos de borragem e antioxidantes em pacientes com síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) não parece trazer benefícios clínicos.
A nutrição enteral deve ser mantida em caso de hipercapnia compensada ou permissiva e, em caso de hipoxemia descompensada, hipercapnia ou acidose grave, suspender a dieta.
Pacientes em posição de prona podem receber TNE por sonda enteral ou gástrica, preferencialmente por bomba de infusão, desde que sejam tomados os cuidados necessários.
Atenção especial deve ser dada para pacientes em circulação extracorpórea (ECMO), pois a tolerância para TNE pode ser prejudicada devido maior risco de gastroparesia e isquemia intestinal.
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