A Sociedade Americana de Nutrição Parenteral e Enteral – ASPEN, publicou recentemente seu posicionamento sobre o manejo nutricional de pacientes críticos com síndrome respiratória aguda grave induzida pelo coronavírus (SARS-CoV-2) ou COVID-19.
O manejo nutricional de pacientes críticos com COVID-19 é, em princípio, muito semelhante ao paciente de UTI admitido com comprometimento pulmonar. Dada a falta de evidências diretas em pacientes com COVID-19, principalmente aqueles que estão em choque séptico, muitas dessas recomendações são baseadas em evidências indiretas de pacientes com sepse e síndrome da resposta respiratória aguda (SDRA).
É recomendado que todos os profissionais utilizem equipamentos de proteção individual (EPI), incluindo óculos de proteção, avental de isolamento, máscara de proteção facial e máscara respirador modelo N95.
A terapia de nutrição enteral (TNE) precoce, via gástrica, deve preferencialmente ser iniciada dentro de 24 a 36 horas após a admissão na UTI ou 12 horas após a intubação, em pacientes hemodinamicamente estáveis. Na presença de intolerância a TNE via gástrica, recomenda-se uso de agente procinético para melhorar motilidade. A oferta de TNE via pós-pilórica é recomendado após a falha dessas estratégias.
A infusão da dieta deve ser preferencialmente por infusão contínua, iniciada com baixa dose e avançando lentamente durante a primeira semana de internação na UTI para atingir a meta de energia e proteína calculadas por fórmula de bolso, sendo de 15-20 kcal/kg de peso corporal atual (de 70 a 80% das necessidades calóricas) e de 1,2 – 2,0 g de proteínas/kg de peso corporal atual por dia. Fórmula enteral polimérica hiperproteica é indicada. À medida que o status do paciente melhora e os requisitos vasopressores diminuírem, a adição de fibra na dieta deve ser considerada.
O monitoramento do resíduo gástrico (GRV) não deve ser utilizado como um monitor de tolerância alimentar.
A nutrição parenteral precoce deve ser iniciada no paciente de alto risco nutricional em que a TNE não é viável ou contraindicada.
Os especialistas concluem que o manejo da terapia nutricional no paciente com COVID-19 deve seguir as recomendações das diretrizes americana e europeia de nutrição em pacientes críticos.
Por: Priscila Garla