Monitoramento bioquímico e reposição de micronutrientes em cirurgia bariátrica

Monitoramento bioquímico e reposição de micronutrientes em cirurgia bariátrica

A Sociedade Britânica de Obesidade e Cirurgia Metabólica publicou diretrizes para monitoramento bioquímico de pacientes submetidos à cirurgia bariátrica. As recomendações incluem orientações seguras para a prática clínica, direcionam a avaliação de deficiências nutricionais e orientam a suplementação de vitaminas e minerais.

No pré-operatório o foco do rastreamento deve ser voltado para deficiências nutricionais, diabetes, dislipidemia e função renal. Testes adicionais devem ser considerados de acordo com a necessidade clínica e, em pacientes que serão submetidos a procedimentos que combinam restrição e má absorção, orienta-se a dosagem complementar de vitamina A, zinco, cobre e selênio. Com base na experiência clínica do grupo de desenvolvimento das diretrizes, a verificação de hemoglobina glicada, perfil lipídico e função hepática também devem ser avaliados. Apesar da possibilidade de deficiências, a dosagem de tiamina e magnésio no pré-operatório não é apoiada por estudos.

No pós-operatório, o monitoramento de indicadores bioquímicos torna-se ainda mais necessário. Particularmente na derivação gástrica em Y de Roux, gastrectomia vertical e derivação biliopancreática, é comum observar deficiência de vitamina B12. Nestes casos, o monitoramento deve ser realizado pela avaliação do ácido metilmalônico, pois a especificidade e sensitividade da análise de vitamina B12 limitam seu uso como preditor de deficiências. Anemias macrocíticas ou megaloblásticas podem estar associadas a deficiência de vitamina B12, mas podem ser mascaradas pela suplementação de ácido fólico, altos níveis de folato ou deficiência de ferro. Por isso, é importante realizar avaliação detalhada antes de recomendar suplementação adicional de ácido fólico. Outros indicadores a serem avaliados no pós-operatório incluem ferro, uréia e eletrólitos, vitamina D, cálcio e paratormônio, vitaminas A, E e K, zinco, selênio, cobre, magnésio, tiamina e perfil lipídico.

O uso de polivitamínicos pode não ser suficiente para prevenir a deficiência de ferro. Por isso, recomenda-se o uso diário adicional de 200mg de sulfato ferroso, 210mg de fumarato ferroso ou 300mg de gluconato ferroso. Para melhor absorção, suplementos de ferro podem ser ingeridos junto com frutas e bebidas cítricas ou vitamina C, e não devem ser associados a suplementos de cálcio.

A diretriz também fornece recomendações específicas para acido fólico, cálcio, vitaminas A, D, E e K, zinco, cobre, selênio e tiamina, e discute complicações clínicas como desnutrição proteico-calórica, edema e alterações neurológicas associadas a deficiências de micronutrientes.

Para acessar a diretriz na íntegra, consulte o link:

https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32743907/

Pós-graduação de Nutrição Clínica

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