Novo consenso publicado pela Sociedade Brasileira de Nutrição Oncológica (SBNO) foi desenvolvido para padronizar condutas nutricionais ao indivíduo com câncer, oferecendo equidade e qualidade na assistência.
A desnutrição associada ao câncer é considerada um problema global de saúde pública, pois está relacionada com redução da qualidade de vida, tolerância ao tratamento e eficácia terapêutica. Para abordagem adequada desta condição, este consenso traz orientações direcionadas a avaliação, necessidades e terapia nutricional para pacientes oncológicos em todas as fases da vida.
A avaliação nutricional é abordada no contexto clínico, cirúrgico, cuidados paliativos e em transplantes. Os instrumentos ideais para avaliação são descritos, e incluem detalhes sobre anamnese, antropometria, exame físico, ingestão alimentar e avaliação laboratorial.
Para crianças, os indicadores de risco nutricional incluem consumo alimentar < 70% das necessidades por 3 a 5 dias consecutivos independentemente do déficit antropométrico, toxicidade do trato gastrintestinal, obesidade, sobrepeso e albumina < 3,2 mg/dL. Para adultos, a avaliação do risco nutricional deve considerar parâmetros como NRS-2002 ≥ 3, avaliação subjetiva global produzida pelo próprio paciente B e C ≥ 9, localização do tumor, presença de sintomas do sistema digestório e perda de peso não intencional. Para idosos, devem ser considerados todos os indicadores utilizados para avaliar o paciente adulto, somados a albumina ≤ 3,5 mg/dL, colesterol sérico total < 160 mg/dL, proteína C-reativa ≥ 10 mg/dL e diagnóstico de fragilidade.
Para estabelecer as necessidades energéticas de crianças, sugere-se o uso de fórmulas matemáticas como DRI e ASPEN, além de outras que consideram idade, peso, sexo e constantes bem estabelecidas na literatura. Quanto as necessidades proteicas, recomenda-se utilizar fórmulas da ASPEN (2002) que consideram de 2,5 a 3 g/Kg para neonatos até 2 anos, 2 g/Kg para crianças de 2 a 11 anos e 1,5 a 2g/Kg para adolescentes acima de 12 anos.
Em adultos, o padrão ouro para estabelecer as necessidades energéticas é a calorimetria indireta. Na ausência desse método, recomenda-se a utilização de fórmulas de bolso (Kcal/Kg de peso) ou fórmulas preditivas. Particularmente nas formulas de bolso, a média estimada é de 25 a 30 Kcal/Kg para pacientes adultos no contexto clínico, cirúrgico e de transplante, mas isto pode variar em casos de desnutrição, obesidade e em pacientes críticos ou em cuidados paliativos. Quanto a proteínas, as necessidades podem variar de 1,2 a 2,5g/kg, de acordo com o estado nutricional e o nível de estresse da doença de base.
Para ler o documento complete do consenso, clique aqui.