O novo guia da Endocrinology Society propõe recomendações para avaliação e tratamento da dislipidemia em doenças endócrinas. A publicação analisa o risco de desenvolvimento de anormalidades lipídicas e lipoprotéicas em pessoas com doenças endócrinas e discute a influência da melhora de dislipidemia, aterosclerose e diabetes pelo tratamento endócrino.
A regularização dos níveis de lipoproteína de baixa densidade (LDL) deve ser o alvo principal de tratamento de dislipidemia. Isso constitui um desafio, pois mudanças de estilo de vida que produzem perda de peso geralmente induzem maiores reduções de triglicerídeos (TG) do que de LDL.
Uma dieta saudável com vegetais, frutas, legumes (lentilhas, feijão, ervilha, grão de bico), cereais integrais, pão, laticínios com baixo teor de gordura, aves e peixes, óleos vegetais não tropicais e nozes deve ser preconizada. A dieta mediterrânea suplementada com azeite de oliva extra virgem e nozes pode reduzir o risco de aterosclerose.
Calorias podem ser ajustadas para manutenção ou redução de peso e as recomendações para gerenciamento de lipídios em adultos com diabetes devem ser individualizadas de acordo com risco ou presença de aterosclerose, doença renal diabética ou insuficiência cardíaca. As calorias da gordura saturada não devem constituir mais do que 5% a 6% do valor energético total e gorduras trans devem ser limitadas. Para pessoas com pressão alta, o consumo de sódio deve limitar-se a 2 g/dia.
Adultos com triglicerídeos acima de 500mg/dL devem receber tratamento farmacológico associado a dieta e a prática de atividade física para prevenir pancreatite e pacientes com triglicerídeos acima de 1000mg/dL necessitam do controle do diabetes, adequação da dieta e perda de peso, pois a resposta a medicamentos é reduzida.
Em caso de hipotireoidismo, a hiperlipidemia não deve ser tratada até que haja regularização dos hormônios tireoidianos.