A ESPEN e a Associação Europeia para o Estudo da Obesidade (EASO) publicaram um consenso para definir e diagnosticar a obesidade sarcopênica (OS).
A OS tem sido identificada e descrita como uma síndrome de etiologia multifatorial, cuja prevalência aumenta com a idade. É uma doença clínica e funcional caracterizada pela coexistência de obesidade (excesso de massa gorda) e sarcopenia (baixa massa e função do músculo esquelético).
De acordo com o consenso, o diagnóstico da OS deve realizado em duas etapas sequenciais, que avaliam parâmetros funcionais do músculo esquelético e a composição corporal. Para análise de parâmetros funcionais do músculo esquelético, propõe-se a avaliação da força do músculo esquelético por força de preensão manual, força do extensor do joelho ou teste de cadeira (sentar e levantar em 5 tempos e teste de levantar da cadeira de 30s). Pontos de corte precisam ser validados como valores de referência para sexo, etnia e idade. Além disso, discute-se a necessidade de ajustar a força de preensão manual à massa corporal.
Quanto a composição corporal, considera-se avaliação por absorciometria de raios X de dupla energia (DXA), ou análise de impedância bioelétrica (BIA) como uma segunda escolha alternativa. Quando possível, a tomografia computadorizada deve ser usada. Para avaliação adequada, o consenso descreve diversos pontos de corte.
Quando o diagnóstico da OS é estabelecido, deve-se realizar um estadiamento em dois níveis, para estratificar os pacientes conforme a gravidade. Considera-se estágio I quando não houver complicações atribuíveis à composição corporal alterada e parâmetros funcionais do músculo esquelético, e estágio II na presença de pelo menos uma complicação atribuível à composição corporal alterada e parâmetros funcionais do músculo esquelético (por exemplo, doenças metabólicas, deficiências resultantes de alta massa gorda e/ou baixa massa muscular, doenças cardiovasculares e respiratórias).
As propostas do consenso são baseadas na concordância de um painel internacional de especialistas e pesquisadores composto por representantes de quatro continentes e diferentes áreas: nutrição clínica, obesidade e sarcopenia, geriatria. As declarações, portanto, representam um resumo de perspectivas amplas e diferentes e podem aumentar a aceitação do algoritmo proposto. Contudo, reconhece-se como potencial limitação que o grupo tenha sido autonomeado por representantes da ESPEN e EASO.
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