Um recente estudo do Reino Unido com adultos saudáveis (maioria mulheres) foi conduzido para testar o efeito do maior consumo de açúcar no café da manhã no metabolismo e no apetite.
A metodologia empregada foi um ensaio clínico randomizado, crossover, onde os participantes eram convidados a consumir um café da manhã padronizado (isoenergético) com adição de açúcar (32g de sacarose) ou sem adição de açúcar (8g de carboidratos) em até 2h após acordar, no formato de mingau de cereais. O tempo de estudo foi de 3 semanas, sendo que após um período de 8 dias (washout) os indivíduos trocavam de grupo de intervenção, ou seja, quem recebia café da manhã com açúcar passaria a receber sem açúcar.
Os pesquisadores não encontraram diferenças significativas no que diz respeito à saúde metabólica ou a respeito do apetite em geral. A ingestão de energia, gordura e proteína não foi estatisticamente diferente entre os grupos. A ingestão total de carboidratos foi maior durante o período de adição de sacarose na refeição matinal (p= 0,009), quando comparado a refeição isocalórica. No entanto, os participantes reportaram que a maior adição de açúcar no café da manhã diminuiu o desejo por alimentos adocicados ao longo do mesmo dia (p< 0,001).
Os pesquisadores do estudo discutem sobre o fato de 3 semanas, apesar de ser um período de intervenção de médio prazo, pode não ter sido suficiente para causar efeitos no metabolismo e apetite de maneira geral. Ou ainda, alterações somente no padrão do café da manhã, podem ser sido compensadas por outros comportamentos alimentares ao longo do dia. Outro fator que pode ter afetado o apetite é o alto teor de fibras que estava presente no mingau. Como conclusão, mais estudos, com outros métodos e abordagens devem ser desenvolvidos para verificar o efeito do açúcar de adição na saúde metabólica e apetite de adultos saudáveis.
Por: Lenycia Nery