A Organização Europeia de Colite e Crohn (ECCO) publicou novas diretrizes para manejo de infecções nas doenças inflamatórias intestinais (DII).
Ao considerar que as melhorias no tratamento clínico incluem o uso de novos imunossupressores, a preocupação com infecções oportunistas torna-se uma questão de segurança. Nesse sentido, as diretrizes estão focadas em infecções virais, micobacterianas, bacterianas, fúngicas e parasitárias.
No que se refere a aspectos diretamente ligados a nutrição, a diretriz aponta que a desnutrição, obesidade, diabetes e uso de nutrição parenteral são consideradas importantes fatores de risco para infecções oportunistas. Quadros de desnutrição e obesidade se associam a maiores taxas de infecções fúngicas (Cândida) e micobacterianas.
As medidas para prevenção de infecção por Salmonella spp. e L. monocytogenes incluem o cuidado com a higiene alimentar e realização de escolhas criteriosas como evitar ovos crus, leite não pasteurizado, queijo de leite cru e carne crua ou malcozida.
Na tuberculose, pacientes tratados com isoniazida devem receber 300mg de vitamina B6 por semana para reduzir a neurotoxicidade.
Probióticos são cada vez mais usados no cenário de DII e não foram observadas taxas aumentadas de complicações. No entanto, infecções bacterianas e fúngicas com cepas probióticas foram descritas. Essas taxas são baixas, estimadas em 0,05-0,40% dos casos de endocardite infecciosa e bacteremia. Embora a maioria desses eventos raros tenha sido observada em pacientes com doenças subjacentes, não há evidências publicadas de que o consumo de probióticos de fato aumenta o risco de infecções oportunistas. Embora infecções recorrentes com Clostridium Difficile tenham sido efetivamente tratadas por Saccharomyces boulardii, a diretriz aponta que as evidências ainda são insuficientes para recomendar probióticos.
Em pacientes recebendo agentes anti-TNF, a ingestão de probióticos é provavelmente segura, mas pode ser uma preocupação para probióticos com atividade beta-hemolítica, pois aumentam potencialmente a chance de morte em comparação com cepas sem tal atividade.
Essas e outras recomendações podem ser consultadas no documento completo, clicando aqui.