A nova diretriz da ESPEN traz recomendações de nutrição clínica para o manejo de falência intestinal crônica.
A falência intestinal (FI) é caracterizada pela redução da função intestinal abaixo do mínimo necessário para a absorção de macronutrientes e / ou água e eletrólitos, de modo que a suplementação intravenosa torna-se necessária para manter a saúde. A FI pode ser consequência de doenças gastrintestinais ou sistêmicas benignas graves, ou o estágio final do câncer intra-abdominal ou pélvico.
Recomenda-se que as necessidades de proteína e energia para pacientes com FI crônica sejam definidas com base nas características individuais do paciente. Para tal, deve ser considerada a capacidade de absorção intestinal estimada pela anatomia gastrintestinal e / ou doença subjacente, e necessidades específicas como doença aguda e desnutrição proteica. A adequação do regime deve ser avaliada regularmente por meio de parâmetros clínicos, antropométricos e bioquímicos. Pacientes estáveis em nutrição parenteral domiciliar podem ser mantidos com prescrição de 0,8 a 1,4 g de proteína (0,13-0,24 g de nitrogênio) /kg /dia.
As fontes de energia para prescrições de nutrição parenteral domiciliar podem ser derivadas da combinação de carboidratos e lipídios administrada de maneira isolada ou associada, ou de prescrições separadas de glicose e emulsão lipídica A determinação das necessidades de energia deve ser baseada em avaliação nutricional que considere necessidades específicas da doença e fatores individuais, como a condição médica, estado nutricional, nível de atividade e função do órgão. É importante considerar que pacientes em nutrição parenteral domiciliar frequentemente têm ingestão oral significativa, que pode ser parcialmente absorvida e contribuir para a ingestão de energia. Para pacientes estáveis em nutrição parenteral domiciliar, o oferecimento de energia na proporção de 20-35 kcal/ kg/ dia pode ser satisfatória.
Quanto ao monitoramento metabólico adequado, algumas recomendações particulares foram dadas para controle de glicemia em pacientes com nutrição parenteral domiciliar. Níveis de glicose sérica devem ser mantidos abaixo de 180mg/dl e hemoglobina glicada dentro dos valores de referência considerados normais. Devido à baixa disponibilidade de evidências científicas confiáveis, ainda não existem recomendações padronizadas para administração conjunta de insulina e nutrição parenteral domiciliar em pacientes com hiperglicemia.
Nesse cenário, o manejo de hiperglicemia deve ser feito com a redução do aporte de glicose da nutrição parenteral, uso de hipoglicemiantes orais ou doses controladas de insulina injetável.
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