Pacientes em terapia nutricional parenteral domiciliar (TNPD) possuem risco aumentado de infecção associada ao cateter incluindo a candidemia, caracterizada pela presença de cândida na corrente sanguínea. Recentemente, sete polimorfismos em genes envolvidos na inflamação e resposta imunológica (TLR1, CD58, LCE4A-Clorf68 e TAGAP) têm sido associados ao desenvolvimento de candidemia.
A análise genética do paciente, assim como dos seus fatores de risco, pode ajudar a identificar pacientes com susceptibilidade aumentada para estas infecções. Wouters e colaboradores conduziram um estudo para investigar relevâncias desses polimorfismos em pacientes recebendo TNPD, bem como seus riscos associados à candidemia.
Foram analisadas amostras de sangue de pacientes adultos que receberam TNPD entre 1976 e 2017 por falência intestinal. O desfecho primário avaliado foi a associação entre polimorfismos de TLR1, CD58, LCE4A-Clorf68 e TAGAP e ocorrência de candidemia. Desfecho secundário foi a relação entre gravidade da infecção, polimorfismos e fatores de risco para candidemia.
Foram incluídos 341 pacientes no estudo, dos quais 12% desenvolveram candidemia. Nenhum dos 7 polimorfismos foram associados a candidemia ou com a gravidade da infecção. A taxa de outras infecções de cateter não relacionadas à Cândida foi significativamente associada a candidemia (razão de risco: 1,29; IC de 95%, p < 0.001).
Os autores concluíram que nenhum dos 7 polimorfismos conhecidos em TLR1, CD58, LCE4A-Clorf68 e TAGAP foram associados com desenvolvimento de candidemia ou com a gravidade da infecção em pacientes recebendo TNPD. A taxa de outras infecções de cateter não relacionadas à cândida foi significativamente associada a candidemia. Este dado reforça o papel fundamental da manipulação asséptica do cateter em relação à susceptibilidade de cândida em pacientes recebendo TNPD.