ESPEN – Nutrição Parenteral Domiciliar

ESPEN – Nutrição Parenteral Domiciliar

Para formulações prontas para uso e ao Fonte: shutterstock.com

Uma nova diretriz foi lançada recentemente pela Sociedade Europeia de Nutrição Parenteral e Enteral (ESPEN) sobre nutrição parenteral domiciliar (NPD). A diretriz aborda 71 recomendações com as principais indicações para NPD, dispositivo de cateter venoso central (CVC), bomba e cateter de infusão e cuidados no local do CVC, além de aditivos nutricionais, monitoramento e gerenciamento do programa.

A nutrição parenteral (NP) é classificada em exclusiva, quando fornece de forma integral as necessidades nutricionais do paciente ou parcial/suplementar, quando há combinação com a nutrição enteral/oral. A NP pode ser ofertada dentro ou fora do ambiente hospitalar, inclusive na casa do paciente. 

Quando usar a NPD

As principais indicações para a utilização da NPD podem ser divididas em 4 categorias:

 

  • pacientes com insuficiência intestinal crônica (IIC) por doenças benignas
  • IIC por doenças malignas, que podem ocorrer transitoriamente durante procedimentos curativos
  • cuidados paliativos por doença incurável, para evitar morte por desnutrição
  • pacientes desnutridos com intestino funcionante, que se recusam a receber outros tipos de terapia nutricional, como enteral e oral. 

Para realização da NPD, os especialistas recomendam que o paciente esteja fora do ambiente hospitalar, metabolicamente estável e sem risco imediato de desequilíbrio agudo após a alta hospitalar. Para prescrição da NPD, o ambiente domiciliar do paciente deve ser adequado, do ponto de vista sanitário e microbiológico, devendo ser avaliado antes do início do programa nutricional. 

Nutrientes, infusão e monitoramento

Em relação à composição nutricional da bolsa de NP, a diretriz afirma que devem atender as necessidades nutricionais dos pacientes, podendo ser utilizada a bolsa bi/tricompartimental, personalizadas ou prontas para uso. Quanto aos oligoelementos e vitaminas, seus acréscimos devem ser realizados conforme a estabilidade e compatibilidade com a bolsa, atentando-se ao risco de precipitação.

 

Para a infusão, segundo os autores, o tempo de espera não deve ultrapassar 24hfinal de cada NP cíclica, a redução da taxa de infusão pela metade pode ser uma alternativa para evitar hipoglicemia. 

Os especialistas orientam que os pacientes clinicamente estáveis, que fazem uso prolongado da NPD, devem ser monitorados a cada 3-6 meses, atentando-se aos sinais e sintomas de deficiência ou toxicidade de vitaminas e minerais. Eles recomendam a avaliação do:

  • peso corporal
  • composição corporal
  • estado de hidratação
  • balanço energético
  • balanço hídrico e bioquímico (hemoglobina, ferritina, albumina, proteína C-reativa, eletrólitos, gasometria venosa, função renal, função hepática e glicose)

Considerações finais

Por fim, é recomendado que a equipe multiprofissional no cuidado ao paciente em uso de NPD seja composta por um médico, enfermeiros especializados (incluindo cuidados com cateteres, feridas e estomas), nutricionistas, farmacêuticos, assistente social e psicólogo. 

Também é importante nesse cuidado um profissional apropriado com experiência em colocação de CVC, além de cirurgiões com experiência em insuficiência intestinal. A diretriz ainda traz outras orientações como técnicas de antissepsia, gerenciamento de conectores e outros assuntos importantes no cuidado clínico do paciente em uso de NPD.

Para conferir mais detalhes, acesse o documento completo:

Pironi L, Boeykens K, Bozzetti F, Joly F, Klek S, Lal S, Lichota M, Mühlebach S, Van Gossum A, Wanten G, Wheatley C, Bischoff SC. ESPEN guideline on home parenteral nutrition. Clin Nutr. 2023 Jan ;39(6):1645-1666. doi:.03. 10.1016/j.clnu.2020005. Epub 2020 Apr 18. PMID: 32359933.

Pós-graduação de Nutrição Clínica

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